quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Instituto Chico Mendes descarta haver Mata Atlântica no Piauí.


Mapa mostra áreas em bege no Piauí, consideradas de
Mata Atlântica pelo IBGE; Governo do Estado contesta definição em Brasília



Na semana em que a Fundação SOS Mata Atlântica, em  Teresina, saiu para defender a preservação do bioma no Estado, biólogos reafirmam a inexistência dessa vegetação, em especial na Serra Vermelha. Entre as defensoras está Eugênia Medeiros, coordenadora no Piauí do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade - ICMBio. O órgão é ligado ao Ministério do Meio Ambiente, a quem o governo estadual contesta o mapa do IBGE que definiu 10% do território piauiense como Mata Atlântica.
Para Eugênia Medeiros, são necessárias similaridades geoclimáticas, que incluem até fatores relacionados a distribuição de chuvas, solo e altitude, para tal definição. Ela afirma que chamar de Mata Atântica as regiões próximas à Serra da Capivara é desvalorizar a caatinga ali existente e negar estudos iniciados no final dos anos 1970. "A falácia de que a região é Mata Atlântica, desqualifica e desconhece a importância do bioma da Caatinga, o único exclusivamente brasileiro e adaptado às condições de semi-aridez do clima nordestino", diz.
Em conversa recente com o secretário estadual de Meio Ambiente, Dalton Macambira, Eugênia Medeiros destacou que a área conservada de Mata Atlântica no Brasil aumentou de 5% para 27% com a inclusão de terrenos como os do Piauí, o que facilitaria financiamentos de projetos por organismos internacionais. Para ela, prioridade é preservar a caatinga e sua vegetação adaptada ao semi-árido, já que o planeta passa por profundas mudanças climáticas.
"Desserviços presta quem não considera a importância da Caatinga como patrimônio nacional querendo forçar seu enquadramento como outro bioma", acrescenta a bióloga.
Outro que contesta a presença do bioma no Estado, em tom desafiador, é o doutor em Botânica Alberto Jorge, da Universidade Federal do Piauí. "Temos que nos pautar em pessoas que pesquisaram, realizaram estudos sobre esses temas. Estudos feitos por professores doutores da Universidade Federal do Piauí e da Universidade Federal do Ceará encontraram cinco gêneros de plantas comuns aos dois biomas, mas infelizmente nenhuma espécie", afirma.
O doutor reclama ainda que a voz dos ambientalistas prevalesce sobre a de especialistas no assunto. ". Gostaríamos de ver a lista das espécies encontradas pelos estudiosos da Mata Atlântica feitos no Piauí, como também a comprovação da existência de solos, precipitações pluviométricas e temperaturas com influência do Atlântico, imprescindíveis para o bioma da Mata Atlântica", desafia Alberto Jorge.
Enquanto os especialistas conseguem se fazer ouvidos apenas pela Semar, o órgão estadual tenta junto ao Ministério do Meio Ambiente a alteração no mapa do IBGE, que atesta a existência do bioma no Piauí.

Da Redação

Fonte: cidadeverde.com

CAATINGA : Uso medicinal é ameaça a vegetais.

Extração de casca de umburana, aroeira e quixabeira é efetuada,
muitas vezes, com o corte da árvore, aumentando risco de
desaparecimento de espécies. (Foto: fatosefotos da caatinga.blogspot.com)

O uso medicinal de três árvores da caatinga, duas delas na lista brasileira de plantas em risco de extinção, se constitui numa das principais ameaças às espécies. É o que mostra pesquisa realizada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). “A extração da cascas da umburana, da aroeira e da quixabeira é efetuada, na maioria das vezes, com o corte total da árvore, sendo esse um dos fatores que podem contribuir para desaparecimento desses vegetais na área”, alertam os cientistas.
O estudo, publicado em dezembro pelo Ministério do Meio Ambiente, mostra que a madeira dessas plantas é também explorada para a produção de carvão, o que aumenta a pressão sobre as espécies. A umburana e a aroeira estão na lista nacional de plantas ameaçadas, publicada em 2008. A quixabeira não figura na relação, mas também corre risco de desaparecer da região, segundo a equipe, integrada por Janine Barreto Marques, Maria Regina Vasconcellos Barbosa e Maria de Fátima Agra.
O levantamento foi realizado nos municípios de Boqueirão e Cabaceiras, na microrregião paraibana do Cariri Oriental. Os pesquisadores descrevem quatro componentes na cadeia produtiva da medicina popular: o tirador de cascas, o comerciante atacadista, o vendedor das cascas das plantas e o vendedor dos remédios caseiros.
“Os tiradores de casca escolhem as plantas mais jovens, para facilitar o corte e porque têm atribuídos poderes curativos mais eficazes. Essa atividade é realizada de forma clandestina, uma vez que o material vegetal é extraído de propriedades privadas”, descreve a pesquisa.
Além de representar uma ameaça às espécies, o uso dessas árvores como remédio caseiro e carvão provoca um desequilíbrio ecológico na caatinga. É que o corte indiscriminado compromete a conservação da biodiversidade. No trabalho, os pesquisadores defendem o uso sustentável dos recursos, no lugar da exploração indiscriminada.
A equipe recomenda, em razão da exploração pela medicina popular e para fins energéticos, a elaboração de planos de manejos para as três espécies.
Pesquisas anteriores realizadas pelo grupo na mesma região mostram que 119 espécies de plantas nativas são usadas na medicina popular. A caatinga, que se estende por quase 1 milhão de quilômetros quadrados no Semiárido brasileiro, conta com 1.513 espécies, das quais 318 são endêmicas, ou seja, restritas à região.
A média da diversidade, por hectare, é de 50 espécies. Nos locais mais úmidos, a quantidade chega a 100.
(Fonte: Jornal do Commercio - Ciência e Meio Ambiente)





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