quinta-feira, 30 de junho de 2011

Caatinga: Um bioma ameaçado.

Foto: Pan Brasil

Por: Ana Karla da Silva Martins • Categorias: Eco Insight

A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, e não encontrado em nenhuma outra parte do mundo. Abrange os estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. Com Flora e Fauna riquíssimas, vem sofrendo com as queimadas ilegais e o tráfico de animais silvestres. Ele ocupa uma área de cerca de 850.000 km², o equivalente a cerca de 10% do território nacional. Com o intuito de fiscalizar e revitalizar esse bioma tipicamente brasileiro, o governo de Pernambuco por intermédio da sua assessoria de imprensa, divulgou a criação de: 71 áreas de preservação da caatinga.
O Comitê Executivo de Gestão de Unidades Ambientais fará o diagnóstico e mapeamento das áreas que irão receber as instalações. Será criado também um órgão que irá fiscalizar e identifica as diferentes realidades e atividades permitidas para cada área de proteção – como visitações turísticas e fins científicos de pesquisas. Pelo decreto, ficam previstas a criação das cinco primeiras unidades de preservação no Bioma da Caatinga e a sistematização das intervenções do Poder Público nas 66 unidades da Mata Atlântica já reconhecidas em Pernambuco. Os novos espaços de preservação da Caatinga ficam em Carnaíba (Serra da Matinha), Afrânio, Parnamirim, São Caetano (Pedra do Cachorro) e Serra Talhada (Fazenda Saco). Pelo decreto, ficam previstas a criação das cinco primeiras unidades de preservação no Bioma da Caatinga, esclarece a nota enviada á imprensa.

Estatísticas

- A vegetação da caatinga se adapta às condições de aridez (xerófila). Possui cerca de 1000 espécies, estimando-se que haja um total de 2000 a 3000 plantas.

- Cerca de 930 espécies vegetais são encontradas somente na caatinga baiana, sendo 320 exclusivas.

- Possui um total de 876 espécies de animais vertebrados, entre eles: cutia, gambá, preá, veado-catingueiro, tatu-peba.

- 70% da caatinga já se encontra alterada pelo homem.

- Bahia e Ceará foram os Estados que mais destruíram a vegetação nativa – juntos, foram responsáveis por 8.659 km² de área devastada

( Por: Ana Karla da Silva Martins - Diário do Verde)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Caatinga: o risco de perder bioma único no mundo.


O bioma Caatinga, um dos mais vulneráveis e originais do mundo continua sendo devastado, segundo o Ministério do Meio Ambiente. No Ceará, em particular, houve uma diminuição no ritmo do desmatamento, em 2009, se comparado ao período 2002-2008, mas ainda assim não dá para ter tranquilidade de que essa tendência de redução permaneça.
Em números absolutos foram devastados, em 2009, um total de 440,19 km², contra os 646,71 km², em média, verificados entre 2002 e 2008. Isso corresponde à soma das áreas de Fortaleza e Maracanaú juntos.Ao todo, 1.921 km² de Caatinga foram destruídos em um ano.
Há quem questione que o número total seja decorrente exclusivamente da ação predatória. Aí poderiam estar incluídas áreas permitidas de manejo florestal. Talvez. Mas, isso não torna menos grave o fenômeno já que estamos lidando com um bioma único no planeta. Por se localizar no semiárido, submetido a um clima causticante e à carência hídrica marcante, seu ecossistema é mais frágil e altamente vulnerável aos condicionantes de ordem climática e de intervenção humana, com uma incidência cada vez maior de desertificação.
O Ceará é o segundo (o primeiro é a Bahia) predador deste tipo de bioma entre dez estados com ocorrência de Caatinga. Dos 20 municípios brasileiros campeões em devastação desse bioma quatro são cearenses. A lista estadual, na verdade, soma dez municípios (em ordem decrescente): Boa Viagem, Pedra Branca, Icó, Quixeramobim, Santa Quitéria, Hidrolândia, Granja, Russas, Madalena e Independência.
Já se sabe quais são as maiores causas do desmatamento: produção de lenha e carvão. Com o desmatamento, dá-se a erosão do solo e a consequente desertificação, que já ocupa partes ponderáveis do semiárido nordestino.
Enfrentar essa questão é possível com vontade política, educação, tecnologia e crédito. É preciso encontrar alternativas econômicas viáveis para substituir as ações predatórias com vistas à subsistência das populações que dependem dessas práticas para sobreviver. Estudos realizados apontam as soluções. Resta aplicá-las e salvar um bioma cuja riqueza está encantando cada vez mais os pesquisadores.
(Fonte: O Povo Online)



domingo, 26 de junho de 2011

Mais caatinga, menos desertificação.


Raso da Catarina (Foto: MMA)

O bioma caatinga, uma exclusividade brasileira e quase todo nordestino, tem sido derrubado para a formação de lenha e carvão vegetal. Mas, entre 2008 e 2009, o Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama registrou uma queda no ritmo de desmatamento na comparação com os anos de 2002 a 2008, passando a taxa anual de 0,28% para 0,23%. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, Bahia, Ceará e Piauí são os Estados com maior supressão da mata nativa. Uma maneira de brecar ainda mais a retirada da caatinga é o estímulo a projetos de uso sustentável. A Caixa Econômica Federal (CEF) disponibilizará R$ 6 milhões para projetos de manejo florestal comunitário e familiar; de eficiência energética para os polos gesseiro e cerâmico; de fogões eficiente para as famílias do árido e semiárido dispensarem o uso da lenha na cozinha. O edital para a seleção dos projetos será publicado ainda nesta semana. Para a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) só o uso sustentável das florestas evitam o fenômeno da desertificação e garantem vida digna às populações que estão em áreas de caatinga, que correspondem a 11% do território nacional (Nordeste menos o Maranhão e mais Minas Gerais).
(Fonte: AcessePiauí)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

É São João no Nordeste. Homenagem do Blog da Caatinga a Jackson do Pandeiro (TV Brasil).

Um gênio da música brasileira, porém os críticos da mídia só lhe deram reconhecimento muitos anos após a sua morte. Artista verdadeiro e original. Fazia percussão com a própria voz. Paraibano cabra-da-peste!

Nasceu em Alagoa Grande, Paraíba, em 31 de agosto de 1919, com o nome de José Gomes Filho. Filho de uma cantadora de coco, Flora Mourão, que deu a ele o seu primeiro instrumento: o pandeiro.
Seu nome artístico nasceu de um apelido que ele mesmo se dava: Jack, inspirado em um mocinho de filmes de faroeste, Jack Perry. A transformação para Jackson foi uma sugestão de um diretor de programa de rádio. Dizia que ficaria mais sonoro e causaria mais efeito quando fosse ser anunciado.
Somente em 1953, já com trinta e cinco anos, foi que Jackson gravou o seu primeiro grande sucesso: "Sebastiana", de Rosil Cavalcanti. Logo depois, emplacou outro grande hit: "Forró em Limoeiro", rojão composto por Edgar Ferreira.
Foi na rádio pernambucana que ele conheceu Almira Castilho de Alburquerque, com quem se casou em 1956 vivendo com ela até 1967. Depois doze anos de convivência, Jackson e Almira se separaram e ele casou com a baiana Neuza Flores dos Anjos, de quem também se separou pouco antes de falecer.
No Rio, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com "O Canto da Ema", "Chiclete com Banana", "Um a Um" e "Xote de Copacabana". Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, coco, samba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval.
O fato de ter tocado tanto tempo nos cabarés aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música, e diz-se que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele.
Já com sessenta e três anos, sofrendo de diabetes, ao fazer um show em Santa Cruz de Capibaribe, sentiu-se mal, mas não quis deixar o palco. Já estava enfartado mas continuou cantando, tendo feito ainda mais dois shows nessas condições, apesar do companheiro Severo, que o acompanhou durante anos na sanfona, ter insistido com ele para cancelar os compromissos: ele não permitiu. Indo depois cumprir outros compromissos em Brasília passou mal, tendo desmaiado no aeroporto e sendo transferido para o hospital. Dias depois, faleceu de embolia cerebral, em 10 de julho de 1982.(Fonte: Tatiana Rocha).






quarta-feira, 22 de junho de 2011

Cai o ritmo de desmatamento do bioma Caatinga.


Cai o desmatamento do bioma Caatinga. Segundo o Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama, o bioma perdeu 1.921 quilômetros quadrados de matas no período de 2008 a 2009. Enquanto de 2002 a 2008 a média anual era de 0,28% de área desmatada, entre 2008 e 2009 a taxa anual foi de 0,23%.
Os primeiros dados do monitoramento da Caatinga sobre as áreas desmatadas até 2008 foram divulgados no ano passado. No primeiro levantamento, em 2002, foi registrado um índice de desmate de 43,7%.
O número subiu para 45,4% em 2008. Uma das principais causas é a extração ilegal da mata nativa que é convertida em lenha e carvão vegetal.
"É um dado melhor porque diminuiu o ritmo comparando com o período 2002-2008. Mas ainda é importante que a gente tenha iniciativas de sustentabilidade, como de manejo adequado da Caatinga, para não perder esse bioma que é único e absolutamente estratégico para a qualidade de vida do nosso País, em particular nos seus Estados", destaca a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Os Estados que mais desmataram são Bahia (638 km²), Ceará (440 km²) e Piauí (408 km²), e os municípios que registraram as maiores áreas com supressão de floresta foram Mucugê e Ruy Barbosa (BA) e Cabrobó (PE).
Único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga possui uma área original de 826.411 km² e está presente em cerca de 11% do País nos Estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. A região sofre forte impacto das mudanças climáticas por apresentar muitas áreas suscetíveis à desertificação. (Fonte: Sociedade Sustentável).

Ceará entre os que mais desmatam

Entre dez estados com ocorrência da Caatinga, o Ceará continua sendo o segundo que mais destruiu o bioma, atrás apenas da Bahia, que devastou 638,35 km² entre 2008 a 2009. No Ceará, ficam quatro dos 20 municípios brasileiros que mais desmataram a Caatinga (veja no mapa abaixo a lista dos dez municípios cearenses que mais destruíram o bioma).
Para a coordenadora do projeto Mata Branca, Maria Tereza Farias, Bahia e Ceará são os que mais desmatam porque são os dois estados com maior área de Caatinga. “Se os outros desmataram tudo, não serve de referência”, avalia. De acordo com ela, o projeto do Governo do Estado já capacitou 1.069 pessoas em projetos de conservação da Caatinga.
Maria Tereza também questiona sobre quanto da perda vegetal registrada pelos satélites é clandestina e quanto é autorizada por manejo de áreas florestais.
O coordenador do Núcleo do Bioma Caatinga do Ministério do Meio Ambiente, João Seyffarth, confirma que os satélites não diferenciam áreas de manejo florestal de áreas desmatadas. “Existem muito poucos planos de manejo aprovados na Caatinga e isso representará pouco no quantitativo total”, defende.

Carvão, lenha e pasto

Na avaliação do presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetraece), Moisés Braz, tem havido maior conscientização por parte dos agricultores, mas ainda há derrubada. “Principalmente nos últimos três anos a gente tem identificado maior preservação. As queimadas diminuíram muito”, pontua. Para ele, porém, os grandes responsáveis pela destruição da Caatinga são as empresas carvoeiras e de retirada de lenha.
O prefeito de Boa Viagem, Fernando Assef, diz que a queima da vegetação para criação de gado é a principal causa dos desmatamentos na região do município. “Falta uma presença maior do governo federal e estadual. Do jeito que está o problema sério”, resume.


Quanto

O ritmo de destruição diminuiu de forma tímida: de 0,28% ao ano entre 2002 e 2008 para 0,23% em 2009. Apesar disso, sobram apenas 53,4% da Caatinga, que abrange áreas dos nove estados nordestinos e Minas Gerais.

Por Thiago Mendes - O Povo
thiagomendes@opovo.com.br







sábado, 18 de junho de 2011

Desmatamento já atingiu 48% da caatinga, diz MMA

Foto: MMA

 
Levantamento divulgado nesta sexta-feira (17) pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) mostra que 1.921 quilômetros quadrados de floresta de caatinga foram desmatados no período de 2008 a 2009, o que equivalente a uma taxa anual de 0,23%. O ritmo foi um pouco menor que o registrado no período de 2002 a 2008, quando a média anual de derrubada era de 0,28%.
Os Estados que mais desmataram no período 2008/2009 foram Bahia, com 638 quilômetros quadrados; Ceará, com 440 quilômetros quadrados; e Piauí, com 408 quilômetros quadrados. A área original de caatinga é de 826.411 quilômetros quadrados. De acordo com o ministério, 48% do bioma já foi destruído.
Uma das principais causas do desmatamento da região é a extração ilegal de mata nativa, para ser convertida em lenha e carvão vegetal.
O ministério também anunciou que vai destinar, em conjunto com o Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal, R$ 6 milhões a projetos que promovam o uso sustentável de recursos naturais no bioma, como manejo florestal comunitário e familiar, eficiência energética para os polos gesseiros e cerâmico e fogões eficientes para famílias do árido e semiárido. O edital para a seleção dos projetos será publicado na próxima semana. (Fonte: Portal iG)



quarta-feira, 15 de junho de 2011

Inventário mostra a cultura do vale do Rio São Francisco.

A riqueza do patrimônio é um dos maiores atrativos turísticos da região. Não há outro passeio no mundo como o a bordo do vapor Benjamim Guimarães, que completa 100 anos e continua em plena atividade.

Em Pirapora (MG), há um museu que é dedicado à memória do povo do sertão. A riqueza do patrimônio é um dos maiores atrativos turísticos da região. A arte popular é um traço forte daquele povo.

Os aspectos culturais do Vale do São Francisco foram reunidos em um inventário pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

O Brasil que margeia o Rio São Francisco, da nascente até a foz, ganhou um registro minucioso do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Foi criado um inventário das características e das manifestações culturais dos moradores. A reportagem é de Ricardo Soares.
A casa simples onde viveu o vaqueiro Manuelzão, um dos personagens mais famosos de Guimarães Rosa, guarda um pedaço precioso da história do Brasil: um museu dedicado à memória do povo do sertão.
“O jeito de falar em Minas Gerais é do sertanejo”, diz um homem.
A riqueza do patrimônio é um dos maiores atrativos turísticos da região. Não há outro passeio no mundo, por exemplo, como o a bordo do vapor Benjamim Guimarães, que vai completar 100 anos, e que continua em plena atividade nas águas do São Francisco.
“A gente se sente orgulhado de ter uma embarcação que é a única a vapor no mundo. E também eu sou o único piloto do mundo, sou o único que estou pilotando ele”, conta o piloto.
Essa fartura de água atravessa todo o estado de Minas em direção ao Nordeste. É até curioso ver o rio nascendo na Serra da Canastra, no sul de Minas. No local, o Velho Chico é um pequeno riacho de água cristalina.
A fama de lugar sagrado ganha mais força diante de cenários como uma igreja inacabada, perto de completar 400 anos, que se mantém firme graças a uma árvore que brotou em cima dela e que conseguiu fincar raízes no chão. Hoje, é ela que ocupa o lugar do altar.
“Isso é passarinho, eles fazem o ninho e, como o material aqui tem areia, barro e cal, facilitou para que ela brotasse. Além de ser uma construção muito bela, uma construção bem antiga, ainda tem uma árvore para acabar de completar a sua beleza”, conta o auxiliar técnico Sebastião Alexandre.
Arte popular, um traço forte do povo. A culinária então: o cheirinho do engenho de rapadura busca as pessoas longe. O doce ainda é feito no forno de barro, em tachos tamanho-família.
O produtor rural Adelino Bueno, de 80 anos de idade, não reclama do trabalho pesado. Para ele é um prazer cuidar dessa tradição: “Eu já nasci os dentes ajudando a fazer rapadura, e faço rapadura até hoje e não sei quando vai parar não”, brinca.




segunda-feira, 13 de junho de 2011

Reserva de Sergipe dá tratamento vip a aves de rapina. Parque dos Falcões abriga aves na Serra de Itabaiana, em Sergipe, há 12 anos.

Aos 7 anos, o sergipano José Percílio Costa cismou que queria um falcão de presente. Ganhou um ovo do pai de um amigo e pôs uma galinha para chocá-lo. Tito, como foi batizado o carcará, nasceu no dia do aniversário de Percílio. Hoje, 27 anos depois, é a estrela do Parque dos Falcões, centro de preservação de aves de rapina no pé da Serra de Itabaiana, a 45 quilômetros de Aracaju.

O tratador Percílio e Tito, o carcará fêmea: parente distante dos falcões

Percílio é o idealizador e principal tratador do parque, autorizado pelo Ibama. Em 1999, ele comprou o terreno de 16 hectares com a mesada que recebia da mãe e abriu o local para visitação. No início, o lugar não tinha nem luz elétrica. Hoje, é referência no manejo, reprodução e reabilitação de cerca de 300 aves de 29 espécies, entre falcões, gaviões e corujas.
O sergipano não tem ensino superior. Diz ter aprendido tudo o que sabe sobre aves observando Tito, na verdade uma fêmea, como Percílio descobriu depois.
No parque, as aves adestradas vivem soltas, as que estão sendo treinadas, parcialmente soltas. Quando chegam mutiladas, são colocadas em viveiros, para que se recuperem com segurança.
Os animais têm uma rotina regrada. Tomam banho três vezes por semana e são alimentados com codornas, pintos e ratos. As aves em adestramento têm uma hora de voo por dia para “queimar gordura”, diz Percílio, que conta com a ajuda de um biólogo e um veterinário.
“O que eu faço não é falcoaria. Não treino minhas aves para a caça. Elas só precisam caçar para sobreviver. Aqui, elas não dependem disso”, explica.

Michael

Os animais chegam ao parque por meio do Ibama, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Ambiental. Quem conhece o tratador também colabora. Em agosto de 2009, ele soube por um amigo agricultor da região da existência de um urubu albino perambulando por ali.
O tratador encontrou a ave um mês depois, quase morta, em uma poça de lama. Levou o urubu branco de bico rosado ao seu sítio e batizou-o de Michael, em homenagem a Michael Jackson. Quando o animal estava bem de saúde, a imprensa noticiou sua presença no parque. A ave rara chamou a atenção de traficantes de animais silvestres, que furtaram Michael do sítio. Três homens foram presos na Paraíba, 17 dias depois. O urubu, que seria vendido por cerca de R$ 40 mil, já estava morto. “Foi como perder um filho.”
A fêmea Tito continua por lá, perto de seu tratador. E, como Percílio, nunca se casou. “Tentei colocá-la para reproduzir, mas não deu certo. Acho que ela está se guardando para mim”, brinca.
(Fonte: Carlos Lordelo - O Estado de S. Paulo)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O Rio São Francisco forma belas paisagens no encontro com o mar.

Depois de passar por três estados, o tranquilo rio se encontra com o agitado Oceano Atlântico. Além do refrescante mergulho, a região também oferece artesanatos e quitutes.


O rio São Francisco passa por cinco estados: Minas, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. São quase três mil quilômetros de extensão até se encontrar com o Oceano Atlântico.
Dos hotéis em Aracaju saem ônibus todos os dias. As operadoras de turismo cobram R$ 120 por pessoa e o pacote inclui transporte de ida e volta, passeio de barco e almoço.
Partindo da capital de Sergipe, a viagem é pela rodovia estadual SE-100. No caminho, fica a reserva biológica Santa Isabel, maior maternidade de tartarugas da espécie oliva do país.
Até as margens do rio São Francisco em Brejo Grande são 130 quilômetros. De lá sai o barco Catamarã. Quem quiser passar mais tempo na região, pode se hospedar em pousadas. A diária custa R$ 80, mas sem café da manhã.
Depois de quase uma hora navegando surgem as dunas douradas. O lado da margem do rio onde o barco atraca já pertence a Alagoas. As barracas espalhadas pela areia oferecem de artesanato a quitutes como cocadas e doces dos mais variados.
Caminhando pela faixa de areia é possível ver de um lado a tranquilidade do rio, do outro o mar agitado. Bem no meio, rio e mar se encontram e parecem divididos por uma linha natural, que é a foz do rio São Francisco.
A maior atração do passeio é também um convite a um refrescante mergulho, que pode ser no rio ou no mar. Bem no meio do rio existia um vilarejo. No Cabeço, como era chamado o vilarejo, havia dezenas de casas, escolas, igreja e há 17 anos tudo desapareceu, foi invadido pelo mar. Do lugar restou apenas o farol que orientava as embarcações.
“A gente vem conhecer pra poder falar bem do rio e pra cada vez mais incentivar as pessoas a cuidarem do que a gente tem", diz Douglas Eugenio, professor.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Estado de Pernambuco vai investir R$ 14,1 milhões em unidades de conservação.


No Estado, há 66 unidades de conservação estaduais. Em 36 meses, todos os
documentos das 66 unidades do bioma Mata Atlântica e de 5 do bioma Caatinga, devem estar concluídos.



O governador Eduardo Campos assinou na tarde desta quarta-feira (8), decreto que cria o Comitê Executivo de Gestão do Programa de Implantação das Unidades de Conservação do Estado de Pernambuco, com um investimento de R$ 14,1 milhões. Os recursos do programa vão custear o diagnóstico, zoneamento, plano de manejo e criação de um conselho gestor que vai gerir e monitorar a implantação das unidades. A perspectiva é contratar de imediato 20 técnicos, em caráter de seleção temporária. Em 36 meses, todos os documentos das 66 unidades do bioma Mata Atlântica e de 5 do bioma Caatinga, devem estar concluídos.
No Estado, há 66 unidades de conservação estaduais. Dessas, 35 são unidades de uso sustentável (18 Áreas de Proteção Ambiental (APA); 9, Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN); 8, Reservas de Floresta Urbana (FURB). Outras 31 unidades são de proteção integral. Todas as unidades de conservação estaduais estão localizadas em áreas de Mata Atlântica.
Com o Programa, a proposta é implantar as 66 unidades de conservação estaduais e, inicialmente, pelo menos mais cinco unidades de conservação na caatinga. Estudos técnicos realizados pela Semas e um grupo de trabalho formado por parceiros do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, Ministério do Meio Ambiente e Comitê da Caatinga identificaram 13 áreas potenciais de preservação deste bioma, o que elevará de 0,7% para aproximadamente 4% a área de caatinga preservada em Pernambuco.
Leia também: Comitê executivo de conservação da natureza inicia trabalhos







quarta-feira, 8 de junho de 2011

Agora vamos ouvir o Aldo Rebelo comentar o novo Código Florestal.


Da Redação

brasil@eband.com.br


O relator do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), rebateu diversos pontos que vêm sendo mal interpretados pela imprensa em relação ao projeto de lei.
Entrevistado no programa Canal Livre, da Band, o deputado disse que foi feito um imenso esfoço para se fazer uma legislação que protege o meio ambiente como nenhum outro país do mundo, mas que resguarda também um patrimônio importante da nação brasileira, que é a produção de alimentos.
Ele alertou que os ambientalistas não querem responder a pergunta de como alimentar 200 milhões de consumidores no Brasil: “O quilo do arroz, do frango, do feijão não faz muita diferença para a classe média alta; na receita do pobre, a mulher diz quanto foi o quilo de cada alimento”.

Lobby internacional

Rebelo esclarece que não existe a previsão de reserva legal em nenhum país europeu, nem nos Estados Unidos. “Não existe APP [Área de Proteção Permanente] no país do Greenpeace, a Holanda. Qualquer cidadão pode ver a calha dos rios holandeses e verá que a mata ciliar dos rios é de beterraba, de uva, de couve-flor – tudo menos floresta. É tudo cultivado”.
Esses países são os grandes financiadores das ONGs ambientalistas, segundo o deputado. “Usando o pretexto de defender a Amazônia, que é uma causa nobre, humana e de todos os brasileiros, esse grupo lobista, como a WWF ou o Greenpeace, que não goza de muito prestígio na Europa, é tratado quase como se fossem instituições do Estado aqui no Brasil”, defende.
O que existe, para o relator da lei, não é um problema ambiental, mas uma guerra comercial envolvendo a proteção da agricultura dos países europeus e dos Estados Unidos. “É importante nossa imagem perante o mundo, mas é importante que o Brasil seja capaz de alimentar seu povo”, podendo se transformar na maior potência alimentar do mundo, mantendo uma “legislação ambiental avançada; a mais rigorosa do mundo”.

Tramitação do projeto

Rebelo acredita que o Senado irá reproduzir o projeto aprovado na Câmara, “porque são os mesmos partidos, a mesma relação de forças. A Câmara aprovou com encaminhamento favorável de todos os grandes partidos da base do governo, da oposição, inclusive do líder do governo”.
“O que demonstra esta votação? Demonstra que há 410 ruralistas na Câmara dos Deputados? Não. Demonstra que o agricultor aceitou a mediação da maioria, curvou-se a uma proposta intermediária entre o meio ambiente e a proteção da agricultura”, concluiu o deputado.
Quanto ao suposto veto anunciado pela imprensa de que a presidente Dilma faria em alguns pontos do projeto, Rebelo rebateu: “Não vai ter veto, porque não há alternativa. Nunca vi a presidente falar em veto. Ela tem interesse em resolver a questão; tem receio muito menos do projeto e muito mais da propaganda dessas ONGs no exterior, do efeito disso no Rio +20 Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável. Há esses receios por parte dela, mas muito mais por falta de informação”.
Clique para assistir as partes finais da entrevista no CANAL LIVRE.

terça-feira, 7 de junho de 2011

População de onças na Serra da Capivara no Piauí surpreende a UnB.




Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) descobriram que a população de onças na Serra da Capivara, no Piauí, alcança 2,67 indivíduos para cada 100 km². O índice é semelhante a medições feitas na Amazônia (2,84 indivíduos para cada 100 km²) e superior aos encontrados no Cerrado (2,00 indivíduos para cada 100 km²) e na Mata Atlântica (2,22 indivíduos para cada 100 km²).
A informação muda paradigmas, pois, até aqui, se acreditava que a sequidão da caatinga dificultava o estabelecimento de populações de onças no local. “Acreditávamos que as características ambientais e climáticas da Caatinga eram pouco favoráveis às onças”, explica o biólogo Samuel Astete, autor do trabalho, que usou “armadilhas” fotográficas para flagrar o maior predador das Américas.
O professor Jader Marinho, orientador da pesquisa, explica que a descoberta é uma boa notícia: “A presença de onças é um indicador de que há uma região tão rica e bem conservada a ponto de manter uma população densa de um predador característico de áreas úmidas e com recursos abundantes”. A reportagem completa sobre o aparecimento de onças na caatinga está no dossiê da 6° edição da revista Darcy, da Universidade de Brasília. (Fonte: 180graus.com) - (Foto: Território Animal).


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Mais proteção para a caatinga. O CERBCAA/PE participou dos estudos.


Estado vai criar 13 novas unidades de conservação, aumentando
área de reserva do bioma exclusivo do Brasil. (Foto Chapada do Araripe - Setur)

Apenas 0,7 da caatinga, em Pernambuco, está protegida. Aumentar esse percentual para 3,8% é o que propõe a Secrataria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que concluiu na última sexta-feira (03.06) uma lista com 13 novas unidades de conservação, totalizando 270 mil hectare. O número ainda está longe do indicado pelos cientistas, que recomendam a proteção de 10% de ada bioma, mas não deixa de ser uma notícia animadora na Semana do Meio Ambiente.
Há quatro unidades de conservação federais no Estado, que totalizam 68,4 mil hectares. "Com a criação de mais 13, ainda não alcançaremos a meta de 10%, mas a área protegida será quatro vezes maior", detalha o superintendente técnico da Semas, Leslie Tavares.
As existentes são a Floresta Nacional Negreiros (3 mil hectares), Rserva Biológica Serra Ngra (1,1 mil hectares), Parque Nacional do Vale do Catimbau (62,3 mil hectares) e a APA Chapada do Araipe (2 mil hectares). A escolha das 13 áreas foi feita por um grupo de trabalho composto por órgãos federais e estaduais e o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga - CERBCAA/PE. O encontro realizado no dia 03 de junho foi o quarto articulado pela Semas.A Secretaria havia anunciado, mês passado a criação de um regúgio de Vida Silvestre, em Serra Talhada, na Fazenda Saco, com 300 hectares. As 12 outras serão em Carnaíbas, Afrânio, Parnamirim, São Caetano, Exu, Floresta, entre Triunfo e Flores , Mirandiba, Itacuruba, Lagoa Grande, Cabrobó e Serrita. 
O valor de 270 mil hgectares, explica o biólogo, se baseia no cruzamento de mapas existentes com estudos que identificaram  áreas prioritárias para conservação da caatinga feitos pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o governo do Estado, em parceria com ONGs e universidades.
O próximo passo será a contratação de estudos para dimensionar e localizar as áreas a serem protegidas. " É necessário fazer o levantamento dos limites, da biodiversidade, do estado de conservação e das ameaças", detalha Leslie.
Leia mais em: Governo estuda implantar 13 unidades de conservação na caatinga


domingo, 5 de junho de 2011

Biogás reduz consumo de lenha na caatinga.

A experiência, implantada em dois municípios, tem poupado a caatinga - único bioma exclusivamente brasileiro - e contribuído para reduzir o aquecimento global

Família de agricultores de Afogados da Ingazeira, no Sertão de Pernambuco, transformam estrume em gás para ser usado na cozinha, por meio de um biodigestor.
Gilmar Galdino Genezio abastece o bio digestor com as fezes do gado.
O vídeo acima mostra as principais etapas de funcionamento do biodigestor da propriedade de Seu Gil e Dona Maria da Paz, em Afogados da Ingazeira, no Sertão de Pernambuco, a 386 quilômetros do Recife. O equipamento transforma o esterco do gado em biogás. Na região, há oito experiências do tipo. A principal vantagem é a redução do desmatamento da caatinga, uma vez que a lenha ainda abastece muitos fogões da região. Em tempo: a caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, não tem a mesma proteção legal da Mata Atlântica, Amazônia e Pantanal. E, como a ciência tem revelado, é também rica em biodiversidade e serviços ambientais. As outras vantagens são a economia com o gás de cozinha (algumas casas já deixaram de usar fogão à lenha), o reaproveitamento de resíduos e a geração de adubo orgânico.
(Fonte: Blog Ciência e Meio Ambiente)

Biogás substitui lenha no Sertão


Uma tecnologia que transforma esterco em biogás está reduzindo o consumo de lenha e gás de cozinha no Sertão de Pernambuco. A experiência, implantada em dois municípios, tem poupado a caatinga – único bioma exclusivamente brasileiro – e contribuído para reduzir o aquecimento global. Uma boa notícia no Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado neste domingo em todo o planeta.

A agricultora Maria José Moraes Nobre, 44 anos, moradora da localidade Santo Antônio 2, em Afogados da Ingazeira, a 386 quilômetros do Recife, enumera outras vantagens do biodigestor. “Quando cozinhava com lenha era uma fumaceira só. E sair de casa na chuva para cortar lenha, então, era horrível”, recorda. Agora as panelas da casa estão todas limpas, não têm mais tisne. “E me livrei da fuligem na casa, nas roupas do varal, no teto”, descreve.
Ela e o marido, o agricultor Geraldo Nobre Cavalcanti, coletam todas as manhãs cerca de 15 quilos de esterco. As fezes são eliminadas pelos seis bodes e cabras, dez ovelhas e carneiros e sete bois e vacas que criam no sítio, de cinco hectares. No biodigestor, o estrume é misturado à água, na proporção meio a meio. “Agora só uso a caatinga para fazer cerca”, garante Geraldo. Com o resíduo do equipamento, ele aduba a horta e as plantações de milho e feijão.
A família de Maria José é uma das três de Afogados da Ingazeira que passaram a abastecer o fogão com o biogás gerado pelo equipamento. Outra é a de Gilmar Galdino Genésio e Maria da Paz. Na casa deles, também em Santo Antônio 2, o consumo mensal era de um botijão de 13 quilos de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). “Depois do biodigestor, deixei de comprar gás. Nem botijão eu tenho mais em casa. Ganhei mais espaço na cozinha e, principalmente, tenho uma despesa a menos”, assegura Maria da Paz. A economia por mês é de R$ 38 reais (preço médio de um botijão).
A produtividade do pomar e da horta do sítio, na opinião de Gilmar, aumentou com o uso do adubo tratado. Antes ele usava o esterco natural. “Agora ponho o adubo orgânico, que é sólido, na raiz e o líquido nas folhas. Quando é hortaliça as folhas ficam mais verdes e maiores. As frutas também estão mais graúdas”, avalia.
Além da plantação, o casal tem sete cabeças de gado bovino, 11 de ovino e 50 de suíno na propriedade, de 14 hectares. Gilmar não recolhe esterco todo dia. “Meus três filhos casaram. Sozinho ficou mais difícil dar conta de tudo. Junto o estrume dia sim, dia não. E não tem faltado gás no fogão.”
O gás é transferido do biodigestor, que fica nos fundos da casa, para a cozinha por um cano embutido. As bocas do fogão são adaptadas. “Como a pressão do biogás é menor do que a do GLP, é preciso fazer um furo com uma broca de 1,5 milímetro, para aumentar o orifício do injetor, garantindo a intensidade da chama”, ensina o técnico agrícola Jucier Jorge Silva, da ONG Diaconia.
Oito biodigestores estão em funcionamento, três em Afogados da Ingazeira e cinco em Quixaba. Os equipamentos foram construídos pela ONG Diaconia, formada por 11 instituições evangélicas, com recursos do Projeto Dom Helder Câmara, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e financiado pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrário (Fida).
O custo aproximado de um biodigestor é R$ 1,8 mil, incluindo material e mão-de-obra. Um pedreiro e um servente levam, em média, cinco dias para construir o equipamento. O item mais caro é a caixa-d’água de fibra de vidro com 3 mil litros, que custa R$ 750. “Com a assistência técnica nos primeiros meses, esse valor alcança cerca de R$ 2.300”, avalia o coordenador de Mobilização de Recursos e Comunicação da Diaconia, Joseilton Evangelista.
O equipamento se baseia na decomposição anaeróbica (na ausência de oxigênio) de biomassa. Pode ser usado esterco de qualquer animal, mas o de gado bovino tem se mostrado o mais prático nas pequenas propriedades rurais. “É fácil de coletar porque, para a ordenha, o gado é reunido no curral”, esclarece o engenheiro agrônomo Luís Claudio Mattos, especialista em Incentivos Ambientais do Projeto Dom Helder Câmara. (Fonte: JC - 05.06.11)



quinta-feira, 2 de junho de 2011

Projeto ameniza impactos ambientais durante obras de transposição do Rio São Francisco.


Os animais que vivem na área onde estão sendo feitas as obras de transposição do Rio São Francisco ganharam um novo abrigo até que possam voltar para a natureza. O projeto foi criado para amenizar os impactos ambientais.

Frutas cultivadas no vale do São Francisco ganham mercado fora do país.



Lagoa Grande (PE), Jaíba (MG) e Casa Nova (BA) – O Rio São Francisco, “sangue que corre no corpo da terra”, como definiram Geraldo Azevedo e Clóvis Nunes na música Opara, muda a paisagem do semiárido do vale. Terras castigadas pelo sol se transformam em uma espécie de oásis da fruticultura e do vinho de boa qualidade, que cria empregos para famílias carentes e começa a fazer diferença nas exportações brasileiras. A irrigação garante a produtores de Pernambuco e da Bahia safras de uvas apreciadas fora do Brasil. A água levada em canais até o Norte de Minas, numa espécie de minitransposição, também abre caminho para que a manga e o limão conquistem mercados na Europa.

Saiba mais...

Febre dos produtos asiáticos se espalha e chega ao São Francisco Artesanato, pesca e agricultura ainda garantem sustento a famílias ribeirinhas Investigação do TCU e revitalização do Velho Chico estão no caminho da transposição
A importância do São Francisco para a fruticultura e a produção de vinhos no país é o tema da quarta parte da série de reportagens publicada desde domingo pelo Estado de Minas sobre a economia ao longo do rio. No Norte de Minas, a engenharia que permitiu irrigação na região começou com o projeto Jaíba, implantado na década de 1970 na cidade de mesmo nome. Hoje, a fruticultura na área é garantida por 600 quilômetros de canais que levam a água do rio a centenas de produtores, sobretudo de limão, manga e banana. Duas das quatro etapas do Jaíba já foram implantadas pela parceria União e estado. “Apenas a primeira etapa (25 mil hectares) produz 150 mil toneladas de frutas, das quais 28 mil são de limão. Desses, 60% vão para o exterior”, relata Dimas Rodrigues, superintendente da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) no estado.
O produtor Darcy da Silveira Glória começou a exportar limão para a Inglaterra há dois meses. Desde 2009, ele vende manga para Portugal e Espanha. Outros produtores mandam as frutas para a Holanda, de onde são distribuídas para países europeus. “O Velho Chico é a vida desta região, mas com potencial para alavancar a economia do país”, acredita Darcy, dono de 7 mil pés de manga e 9 mil de limão. Para desfrutar do serviço de irrigação vindo do rio, ele e os demais produtores desembolsam R$ 35 por metro cúbico de água retirada do São Francisco pelo canal. Atualmente, o Jaíba garante emprego a 40 mil pessoas.
O colhedor de mangas Selmo Lucas Miranda, de 19 anos, é um deles. Ele começou a trabalhar, no feriado de 1º de maio, quando um caminhão chegou à propriedade de Darcy da Silveira Glória para levar o produto para outras cidades mineiras. “Boa parte das famílias da região deve tudo à fruticultura”, diz Selmo, que recebe R$ 25 por dia. As frutas colhidas em todo o vale ajudaram o país a registrar, de 2006 a 2010, aumento de 25% na exportação nacional do setor, de US$ 700 milhões para US$ 875 milhões.

Clima favorável

Em casa nova (BA), maria aparecida bispo colhe uvas que são usadas no brasil na fabricação de vinhos e vendidas para o exterior principalmente para consumo in natura:
Em casa nova (BA), maria aparecida bispo colhe uvas que são usadas no brasil na fabricação de vinhos e vendidas para o exterior principalmente para consumo in natura: "é o que garante nosso emprego"
No sertão de Pernambuco e da Bahia, o carro-chefe da fruticultura é a uva. Para ter ideia do que o rio representa para essa cultura, basta recorrer a a estatística do governo federal: 99% das uvas exportadas pelo Brasil são cultivadas no vale, sobretudo em Petrolina, onde a produção anual chega a 250 mil toneladas, e nas vizinhas Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande. O sucesso da fruta é explicado pelas condições climáticas da região, com pouca chuva e sol forte, combinação que estimula as parreiras a produzirem duas safras por ano.
A fartura de uva fomentou outro mercado, o de vinho. As vitivinícolas da região, segundo a Codevasf, respondem por 15% do mercado nacional. A produção anual é de 7 milhões de litros de vinho e deve alcançar os 20 milhões até 2014. Só a Ouro Verde, em Casa Nova, a 30 quilômetros de Petrolina, pretende dobrar a produção até 2020. “Nossa meta é fabricar, daqui a nove anos, 5 milhões de litros”, planeja Rafael Loura, coordenador de Enoturismo da Ouro Verde. Parte da produção é enviada para Inglaterra, Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Canadá e França. O aumento da demanda, acredita Rafael, vai abrir mais postos de emprego na vinícola. Hoje, 160 pessoas trabalham na colheita da uva, na fabricação do vinho e em serviços administrativos.
“A uva e o vinho garantem nosso emprego”, diz Maria Aparecida Martins Bispo, de 23, que colhe uvas há sete meses em Casa Nova. Centenas de outros jovens aproveitam a fama da uva e ocupam as margens das rodovias para vender caixas do fruto por R$ 5. Como nas palavras de Geraldo Azevedo, que acaba de lançar o CD e DVD Salve São Francisco, o “Velho Chico traz o verde à caatinga”.
(Fonte: Estado de Minas - Paulo Henrique Lobato
 Distrito de Irrigação Senador Nilo Coelho - CODEVASF - Petrolina (PE)

(Por Leciane Lima)

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...