terça-feira, 31 de maio de 2011

Santuários de caatinga.Estado, que é um dos que mais maltratam, terá novas reservas. Lista ainda será fechada.

Estado é um dos que mais maltratam a caatinga
(Foto: MMA)


Por: Jailson da Paz


Pernambuco, terceiro lugar no ranking dos estados que mais desmatam a caatinga, deve ganhar novas unidades de conservação desse bioma. A lista das futuras reservas ainda não está fechada, mas existe consenso entre pesquisadores, ambientalistas e o governo do estado quanto a alguns lugares. A princípio seriam criadas, ao menos, mais cinco reservas estaduais. A única em processo de implementação é a Fazenda Saco, em Serra Talhada, no Sertão do Pajeú.
Na lista de possíveis reservas, quatro ficariam no Sertão e uma no Agreste, no caso a Pedra do Cachorro, em São Caetano. O Comitê Estadual da Caatinga propõe a unidade Brejo da Princesa, nos municípios de Triunfo e Flores. Ela mediria 500 hectares, no mínimo. Floresta ganharia a reserva da Serra da Canoa. Serrita e Parnamirim, a reserva de Negreiros. A Serra da Chapada também deve ser incluída no projeto. Com cerca de 30 km2, se distribui entre os municípios de Mirandiba, São José do Belmonte e Serra Talhada.
A pretensão dos estudiosos é preservar a caatinga em sua diversidade. Em Triunfo, por exemplo, o bioma inclui espécies típicas da Mata Atlântica, diferenciando-se do espaço em Afrânio, onde a fauna tem grandes carnívoros. Por trás do projeto, está a preocupação com a fauna e a flora e também com as mudanças climáticas. O Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe) aponta o aumento da temperatura e dos períodos sem chuva. De 1963 a 2008, o índice pluviométrico do Sertão do Pajeú caiu 8,3 milímetros por ano. Nos sertões do Araripe e do São Francisco, a queda foi, respectivamente, de 10,1 milímetros e de 4,2 milímetros.

Conservação

Os critérios para se priorizar e montar um cronograma de criação e implementação das unidades já foram discutidos. Para o secretário estadual de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, a proposta fortalece o trabalho em rede. Entre os critérios foram incluídos o estado de conservação das áreas e a raridade da fauna e da flora. Pernambuco já perdeu mais da metade de sua caatinga.
Segundo levantamento do Ministério do Meio Ambiente, nos últimos anos, os municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, Petrolina e Pedra tiveram as maiores perdas. A madeira teve como um dos principais destinos o polo gesseiro do Araripe, no Sertão pernambucano.
Os cinco lugares apontados como consenso entre estudiosos e ambientalistas coincidem com as áreas de conservação propostas pelo estado. A Secretaria de Meio de Ambiente sugere estudos nas regiões de Itaparica, Araripe, Moxotó e do São Francisco, envolvendo dez municípios. Na relação, Exu, Afrânio, Cabrobó e Ibimirim. As escolhas têm o apoio do Ministério do Meio Ambiente. “É preciso se agir rápido para se combater o ritmo acelerado de desmatamento da caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro”, defende o coordenador do Núcleo Bioma Caatinga do ministério, João Arthur Soccal Seyffarth.

SAIBA MAIS

Caatinga em Pernambuco

81,141 km²
82,67% do território estadual
41,159 km² desmatados até 2002
2,204 km2 desmatados entre 2002 e 2008
53,44% da caatinga do estado já foram derrubados
3º lugar no ranking de desmatamento no Nordeste, perdendo para Bahia e Ceará
4 municípios pernambucana se destacam na derrubada da caatinga: Serra Talhada, São Joaquim do Belmonte, Petrolina e Pedra.

(Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Diário de Pernambuco)


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Conheça o pequeno e deslumbrante Piauí .

Rio Parnaíba é o único das Américas cuja foz deságua em mar aberto
Rio Parnaíba é o único das Américas cuja foz deságua para o mar

Da Redação


entretenimento@eband.com.br

Situado na região Nordeste do país, o pequeno estado do Piauí, que há alguns anos abre suas portas para o turismo, começa a ganhar espaço quando o assunto é ecoturismo e turismo de aventura. Com apenas 66 quilômetros de litoral e uma geografia que varia de vales úmidos a Chapada das Mangabeiras, o Estado abriga o complexo Polo Costa do Delta e a Serra da Capivara. O complexo é declarado patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco por conter vestígios do surgimento do homem no continente americano e formações geológicas de mais de 400 milhões de anos.
O Delta do Rio Parnaíba é o único das Américas cuja foz deságua em mar aberto e, em seu caminho, vão surgindo praias fluviais. Seu delta forma um arquipélago com 2700 km² de área com mais de 80 ilhas e praias desertas. Em território piauiense, cruza as cidades Buriti dos Lopes, Luís Correia, Cajueiro da Praia, Ilha Grande e Parnaíba, formando o Polo Costa do Delta. O delta serve também de cenário para a Rota das Emoções, um dos passeios mais famosos do Brasil.
Em Parnaíba, dentre as muitas belezas naturais está a Lagoa do Portinho, cercada de dunas. Por lá acontece o Campeonato Mundial de Windsurfe, além de ser um dos lugares favoritos pelos praticantes de atividades náuticas. A Praia da Pedra do Sal é o point dos surfistas, mas gente de todo o canto aparece no final da tarde para apreciar o belo pôr-do-sol que se revela sobre as pedras. A praia foi batizada assim por causa de um fenômeno diário curioso: quando o mar está alto, as ondas quebram sobre imensas pedras, onde pequenos nichos ou depressões acumulam água e depois, com a evaporação, o sal.
Em Luis Correa, a Praia do Coqueiro é muito procurada para a prática de kitesurfe. Em Cajueiro da Praia, a visita ao Projeto Peixe-Boi Marinho é obrigatória, assim como ao balneário de praias desertas de Barra Grande. Já Ilha Grande é uma das mais belas paisagens do litoral do Piauí. Dunas, manguezais, lagoas formadas pelas águas das chuvas, rio e passeios de barco fazem dessa cidade quase uma parada obrigatória para quem visita a região. No antigo povoado Morro da Mariana é possível encontrar artesanato em rendas de bilro e em palha.
Na Serra da Capivara, o viajante embarca numa máquina do tempo. Salpicada por mais de 30 sítios arqueológicos que trazem os primeiros registros da presença dos homens nas Américas, há mais de 60 mil anos. São milhares de conjuntos de pinturas pré-históricas feitas por povos caçadores-coletores há cerca de 12.000 anos. Os interessados em biologia se deleitam com as espécies endêmicas da caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, onde a fauna e a flora apresentam a maior biodiversidade do semi-árido nordestino. A Serra da Capivara também atrai praticantes de atividades de aventura, como rapel, tirolesa, cicloturismo e espeleologia.
O parque abrange 11 municípios. Na região, há 1.300 sítios arqueológicos catalogados. O Museu do Homem Americano guarda os objetos encontrados em mais de 30 anos de pesquisa.
(Fonte: E-band e Jornal Hoje)

Os mandamentos do Padre Cícero para o agricultor. Importante leitura em tempos de alteração no código florestal Brasileiro.

 
Deputados deveriam ter lido os mandamentos do Padre Cícero Romão Batista,
antes de mexer no Código Florestal. O Padre tornou-se um Santo popular, venerado em todo o Nordeste brasileiro.


Os mandamentos do Padre Cícero para o agricultor


" 1. Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau;

2. Não toque fogo no roçado nem na caatinga;

3. Não cace mais e deixe os bichos viverem;

4. Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer;

5. Não plante em serra acima, nem faça roçado em ladeira muito em pé: deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza;

6. Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água da chuva;

7. Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta;

8. Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, cajú, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só;

9. Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar você a conviver com a seca;

10. Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos pocos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer;

11. Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só."
(Fonte: Greenpeace)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Definidas as áreas prioritárias para implantação de novas unidades de conservação na Caatinga.


Cerca de 50% da caatinga já foram devastadas. Secretaria de Meio Ambiente quer
reverter processo de desertificação e garantir conservação da biodiversidade, amenizando efeitos
do aquecimento global.A Unidade de Conservação da Mata da Pimenteira será criada na Fazenda Saco, em Serra Talhada, em uma área de 300 hectares. (Foto: Interblogs)


A Secretaria estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e um conjunto de instituições parceiras definiram os critérios para implantação das novas unidades estaduais de conservação da Caatinga. Serão baseados no Mapa das Áreas Prioritárias para Conservação no Bioma Caatinga (2006) e no Atlas da Biodiversidade de Pernambuco (2002).
Entre os aspectos a serem considerados para seleção das áreas, estão a existência de extrativismo sustentável, populações tradicionais, titularidade da área, estudos científicos e o nível de conservação. Alguns aspectos como a titularidade da área pública pontuam positivamente para a criação das novas unidades e outros como um grande nível de degradação pontuam negativamente.
No próximo dia 3 de junho o grupo de trabalho volta a se reunir para fazer o ranqueamento das áreas de acordo com os critérios e pontuação. O grupo de trabalho, coordenado pela Semas, é composto pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Codevasf, Ibama, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga em Pernambuco (CERBCAA) e Ministério do Meio Ambiente. Também participam representantes de organizações não governamentais.
Estão mapeadas seis áreas focais prioritárias para criação de unidades de conservação, que totalizam 270 mil hectares, além das propostas das instituições parceiras. As áreas pré-identificadas são: o Sítio Carro Quebrado, em Triunfo; a Serra do Recreio, em Lagoa Grande; o Sítio Buenos Aires e a Fazenda Saco, ambas em Serra Talhada. Também existem áreas potenciais na Região de Itaparica, Região do Araripe, em Exu (Serra das Abelhas e Serra das Tabocas); Região do Moxotó (Floresta do Navio, Inajá e Ibimirim); Calha do São Francisco (Belém do São Francisco, Tacaratu e Santa Maria da Boa Vista) e Região do São Francisco (Afrânio).
Segundo estimativas, cerca de 70% da caatinga já se encontra alterada pelo homem e somente 0,28% de sua área encontra-se protegida em unidades de conservação.
(Fonte: Achix Beta)
Anúncio da primeira reserva estadual de caatinga de Pernambuco
Visita a Mata da Pimenteira

(Fonte e  Fotos: Interblogs/Sergio Xavier)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O CERBCAA/PE participa do Workshop para seleção de áreas prioritárias para criação de Unidades de Conservação no Bioma Caatinga.


Macambira - Foto: OnG Deixe Viver


O Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga - CERBCAA/PE, participou na última sexta-feira(13.05), do I Workshop para seleção de áreas prioritárias para criação de Unidades de Conservação no Bioma Caatinga, realizado no auditório da Sectec. Representaram o Comitê no evento, o Cordenador Geral, Elcio Alves de Barros, o Secretário Executivo Marcelo Teixeira, o Diretor da Ong EMA, Alípio Carvalho Filho e a apresentação da proposta da Câmara Técnica do Comitê foi realizada pelo engenheiro florestal da APNE, Frans Pareyn.
A Secretaria estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade - Semas - identificou nove novas áreas com grande potencial de conservação no Bioma Caatinga. A proposição foi realizada durante o I Workshop de Seleção de Áreas Prioritárias para Conservação do Bioma, por um grupo de trabalho formado pela Semas, Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Codevasf, Ibama, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga em Pernambuco (CERBCAA/PE) e Ministério do Meio Ambiente.
“Foram mapeadas seis áreas prioritárias para criação de unidades de conservação, que totalizam 270 mil hectares, além das propostas das instituições parceiras. Precisamos deter a degradação deste bioma exclusivo do Brasil, evitar a desertificação e nos prevenir em relação aos impactos do aquecimento global”, disse o secretário estadual de meio ambiente Sérgio Xavier. No próximo dia 20 o grupo de trabalho volta a se reunir para aprofundar os estudos e chegar à listagem final das futuras unidades de conservação.
Segundo o coordenador do Núcleo Caatinga no Ministério do Meio Ambiente, João Arthur Soccal Seyfarth, a devastação dos 826.411,23 km² mapeados na região semiárida brasileira, passou de 43,38% para 45,39% em sete anos, de 2002 a 2008. Em Pernambuco, com 81.141 Km², 43.363 km² já foram devastados ou 53,44% da área. Seyfarth está articulando um movimento para pressionar a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional que transforma a Caatinga e o Cerrado em patrimônio nacional, assim como a Mata Atlântica e a Amazônia.
O Bioma Caatinga, no qual estão abrigados 27 milhões de pessoas e cerca de 11% do território nacional, está em ritmo acelerado de devastação, segundo números apresentados em abril, durante audiência pública na Câmara dos Deputados. Os dados revelam que 2,8 mil Km2 do bioma são transformados em lenha anualmente. O total equivale a 40% da matriz energética da região, uma das mais sujas do Brasil, e corresponde à extensão de duas cidades do Rio de Janeiro.
Segundo levantamento do Laboratório de Metereologia de Pernambuco (Lamepe) a região do Araripe, no Sertão pernambucano, já apresenta alterações nos ciclos de temperatura e precipitação pluviométrica, com maiores temperaturas e aumento dos períodos sem chuva. No período de 1963 a 2008, foi verificada e comprovada uma diminuição real dos períodos de chuva. “Em 45 anos, o Sertão do Pajeú mostra redução de 8,3 milímetros por ano, enquanto que nos sertões do Araripe e Petrolina mostram diminuição de 10,1 mm e 4,2 mm respectivamente. Já para o Agreste e a Zona da Mata, a redução por ano é de 7 mm e 4,1 mm respectivamente”, explica a coordenadora do Lamepe, Francis Lacerda.
Os dados estão sendo monitorados por torres de gás carbônico instaladas no Araripe e em Petrolina e serão utilizados em modelos atmosféricos capazes de gerar cenários futuros de como estará o clima e a caatinga em 2015, 2020, 2030 e 2050. Os respectivos cenários apresentarão uma escala que varia segundo as condições climáticas mais otimista e pessimista.
Tais alterações comprovam os efeitos devastadores da extinção das vegetação original do Bioma. Por essa razão é fundamental a criação de novas reservas para amenizar os impactos das mudanças climáticas.
A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, ocupa cerca de 850 mil Km2 nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o Norte de Minas Gerais. As áreas originais remanescentes se encontram muito fragmentadas, o que dificulta a reconstituição natural do bioma. Do total de unidades de conservação na Caatinga, apenas 1% é área de proteção integral. Dos 13 principais tipos de vegetação reconhecidos no bioma, quatro ainda não estão representados em nenhum tipo de UC.


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Obras do rio São Francisco serão compensadas por centros ambientais.

Adriano Machado
Ministério destina R$ 6 milhões para criação de centros
ambientais em áreas do Vale do São Francisco

por Globo Rural Online com informações do MIN

O Ministério da Integração Nacional (MIN) está desenvolvendo 36 projetos ambientais paralelos às obras que integram o rio São Francisco a bacias do Nordeste Setentrional. As ações tem como principal objetivo compensar os impactos socioambientais provocados pelo Projeto São Francisco. Segundo o MIN, para recuperar as áreas degradadas e conservar a flora e fauna do bioma Caatinga, já foram direcionados R$ 6 milhões para três centros ambientais em Pernambuco: dois deles estão em Petrolina e um em Serra Talhada.
O Centro de Manejo de Fauna da Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Petrolina, no sertão de Pernambuco, é uma das instituições de pesquisas científicas financiadas com recursos federais. A unidade de triagem de animais silvestres foi inaugurada oficialmente em abril deste ano pelo ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho. Desde 2008, cerca de dez mil animais da caatinga passaram pelo Cemafauna, receberam tratamento médico-veterinário e foram realocadas na natureza.
Para a recomposição da cobertura vegetal nos trechos impactados pelo Projeto São Francisco, o Ministério, por meio da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), também patrocinou a construção de dois centros de referência para recuperação de áreas degradadas (CRAD). Um deles é coordenado pela Univasf em Petrolina e tem capacidade para armazenar até 3,5 milhões de sementes. O CRAD/Univasf está localizado no Perímetro de Irrigação Senador Nilo Coelho, onde antes funcionava a Estação de Bovinocultura da Codevasf. A área de 360 hectares foi doada à universidade em 2003 pela Companhia.
O CR-ad Bioma Caatinga de Serra Talhada, no sertão do Pajeu, está atrelada ao campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Com o dinheiro repassado pela Codevasf, a unidade para recuperação da caatinga pernambucana adquiriu três veículos (van, caminhonete e caminhão). O CR-ad da UFRPE em Serra Talhada está projetado para ter herbário, laboratórios, banco de germoplasma e viveiro-escola.
O superintendente da Codevasf em Pernambuco, Luís Frota, considera que os investimentos em centros acadêmicos representam segurança institucional e bons resultados para a revitalização da bacia do rio São Francisco. “As universidades são fontes seguras e eficazes na busca de soluções para melhoria do meio ambiente”, ressalta o dirigente da Companhia.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Novo Código Florestal gera polêmicas. Sem acordo, votação é adiada novamente.

Segundo alguns veículos de imprensa, caso aprovado no Congresso, o código gera controvérsias em torno da flexibilidade na ocupação das encostas e da preservação ambiental dos rios.

Nesta terça (10.05) depois de sucessivas reuniões para se tentar fechar acordo sobre o novo Código Florestal, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que as discussões evoluíram na questão do cultivo em Áreas de Preservação Permanente (APPs), locais mais frágeis (beira de rios, topos de morros e encostas), que devem ter a vegetação original protegida.
Apesar disso, permanecia o impasse sobre a isenção da obrigatoriedade de se recompor a reserva legal em propriedades de até quatro módulos fiscais (que pode variar entre 40 e 100 hectares). A reserva legal é a área de mata nativa dentro da propriedade que deve ser preservada.

Entenda como a mudança do Código Florestal afeta a Mata Atlântica e a caatinga no Estado


(Blog Ciência e Meio Ambiente)
A alteração do Código Florestal, com votação prevista para hoje no Congresso Nacional, resultará em mais perdas para a mata ciliar - aquela que margeia os cursos d'água - em Pernambuco. É que o projeto de lei, de autoria do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), diz que, onde não há mais vegetação nativa, devem ser recomposta uma faixa de 15 metros, e não 30, como determina a lei desde 1965.
"Em Pernambuco a mata ciliar foi praticamente substituída pela cana-de-açúcar. Se o projeto de lei for aprovado desse jeito, a gente não vai mais recuperar os 30 metros que deviam existir desde 1965, quando foi publicado o Código Florestal", diz o presidente da Associação Pernambucana de Engenheiros Florestais (Apeef).
Na opinião de Marcílio Luna, a redução das áreas de preservação permanente (APPs) pode agravar as enchentes no Estado. "Passamos por um período em que as catástrofes naturais se alastram em todo o planeta, em virtude do desrespeito ao meio ambiente. Diminuir a faixa de APP poderá potencializar as inundações", adverte.
A vegetação das margens do rio, lembra ele, protege contra erosão, promove a infiltração da água no solo, retém sedimentos e controla a velocidade de escoamento. Estudo pelo Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) comprova que o volume de água que alcança o rio é maior no canavial que numa área coberta por floresta atlântica. "A contenção de enchentes é um dos serviços ambientais prestados pelas APPs", diz o autor da pesquisa, Felipe Alcântara.
Outro ponto polêmico do projeto de lei - a redução para 7,5 metros no caso de pequenas propriedades - terá mais consequências no Semiárido, onde se concentra a agricultura familiar no Estado. O projeto de lei propõe flexibilização para os donos de até quatro módulos fiscais.
O professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco José Antônio Aleixo destaca que o conceito de módulo fiscal varia no Brasil, o que pode agravar as consequências da mudança proposta. "Um minifúndio em Pernambuco vai até um módulo fiscal, ou melhor, cinco hectares. Já em Corumbá, equivale a 110 hectares. Então, um pequeno agricultor aqui teria 20 hectares, enquanto em Corumbá, 440 hectares."
Leia também: Articulações em torno ao Código Florestal abrem fratura no pacto do agronegócio








sábado, 7 de maio de 2011

Imagens da Caatinga.

João Vital Evangelista Souto - especialista em fotografar a natureza.


Yuno Silva - repórter


Fotografar a natureza pode até parecer uma coisa simples, mas capturar e traduzir a magia de um lugar com apenas um clique é o desafio que move o fotógrafo potiguar João Vital Evangelista Souto, especialista em registrar a Caatinga, seus habitantes e sua cultura. Bioma típico da região Nordeste do Brasil, quando se fala em Caatinga vem logo à mente aquela paisagem pedregosa, árida, cheia de espinhos e vegetação retorcida. Não deixa de ser isso também, mas é muito mais: há toda uma gama de possibilidades imagéticas que podem perfeitamente passar despercebidas ao olhar menos atento.
Profissional há 25 anos, dos quais 22 são voltados para revelar as diversas faces do único ecossistema exclusivamente brasileiro, João Vital embarca nos próximos dias para Brasília, onde participa da exposição coletiva “Caatinga: Belezas e Riquezas”, ao lado de nomes consagrados como Araquém Alcântara. Em cartaz no Espaço Mário Covas, anexo 2 da Câmara dos Deputados, entre os dias 25 e 29 de abril, “a mostra faz parte de uma série de atividades promovidas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), cujo intuito é chamar atenção para o desmatamento deste bioma que ocupa cerca de 10% de todo o território brasileiro (850 mil km²), que inclui os nove estados nordestinos mais o norte de Minas Gerais”, informa Vital.
Ao todo serão 20 fotos em formato grande, sete do potiguar, alusivas às comemorações da Semana da Caatinga – dia 28 de abril é celebrado o Dia da Caatinga. Paralela à mostra, haverá audiência pública com o objetivo de implementar instrumentos para o controle do desmatamento e pressionar o poder legislativo para aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe transformar Cerrado e Caatinga em patrimônios nacionais. “O uso insustentável dos recursos naturais, ao longo de centenas de anos de ocupação, associado à imagem de local pobre e seco, fazem com que a Caatinga esteja bastante degradada. Contrario essa visão restrita com imagens”, afirma. “É o bioma mais fragilizado do Brasil”, garante.
A exposição em Brasília conta com parceria do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – Idema, da ong The Nature Conservancy – TNC e do Núcleo Caatinga do MMA.

ONU

De acordo com o fotógrafo, esta é a quinta vez que participa de eventos do gênero: “Tenho um grande banco de imagens sobre o tema, acumulado ao longo dessas duas décadas de fotografia, e posso dizer que meu trabalho já é visto como referência nacional”, orgulha-se. Também funcionário público do Estado, lotado no Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – Idema, João contou que sua paixão pelas imagens sertanejas ganhou força após participar de um programa patrocinado pelas Nações Unidas (PNUD). “Durante mais de 13 anos documentei os hábitos de vida das pessoas do sertão, o dia a dia vivido por diversas comunidades quilombolas do Nordeste dentro do projeto Gef-Caatinga (Fundo Global para o Meio Ambiente, na sigla em inglês)”, explica.

Projetos

Os cliques de João Vital foram registrados no “Atlas da Biodiversidade das florestas do Brasil”, lançado em 2007/2008, um livro que, segundo o fotógrafo, não chega por aqui: “Essa publicação custa em torno de 250 reais e só circula nos grandes centros do Sudeste e em Brasília. Nem em Recife consigo encontrar”, disse.
E há outros títulos engatilhados, alguns no aguardo do andamento de trâmites burocráticos: “Há pelo menos oito livros fotográficos com imagens minhas para sair, cada um em um lugar diferente: ‘Águas e Terras do Rio São Francisco’ aguarda liberação do MMA para ser publicado pela Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco)”, exemplifica. “As Florestas Nacionais do Brasil” e “A Lenha”, que trata do uso sustentável da madeira enquanto fonte energética, são outros dois também prontos.
Em Pendências (RN), através da parceria com a Fundação Félix Rodrigues (Ponto de Cultura), João Vital adianta que logo estará nas prateleira “O mundo varzeano de Manoel Rodrigues de Melo” (1907 - 1996), com fotos dele e textos de Salete Queiroz sobre advogado, escritor e pesquisador macauense.
O fotógrafo potiguar ainda participou das mostras “Iniciativas Sustentáveis no Bioma Caatinga”, na embaixada da Suíça no Recife, em 2008; e “Produção Florestal Sustentável da Caatinga: Garantia de Sobrevivência”, exposição comemorativa aos 20 anos do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais), no Paço da Alfândega, também na capital pernambucana, no ano passado.



Área da Caatinga equivalente a duas cidades do RJ é transformada em lenha anualmente.


Nada menos que 2,8 mil Km2 do bioma viram lenha todos os anos/Foto: Pernambuco de A-Z


O bioma, no qual estão abrigados 27 milhões de pessoas e cerca de 11% do território nacional, está em ritmo acelerado de devastação, segundo números apresentados na quinta-feira (28), em audiência pública na Câmara dos Deputados.
Os dados revelam que 2,8 mil Km2 do bioma são transformados em lenha anualmente. O total equivale a 40% da matriz energética da região, uma das mais sujas do Brasil, e corresponde a extensão de duas cidades do Rio de Janeiro.
O encontro, que fez parte do Dia Nacional da Caatinga, serviu de alerta para a necessidade de se buscar urgentemente modelos de sustentabilidade socioambiental e econômica para a região. O MMA anunciou que vem avançando em convênio com os estados do Nordeste, onde está a maior área de Caatinga, no sentido de criar e implementar pelo menos 40 novas Unidades de Conservação (UC), na tentativa de conter o avanço da desertificação.
"Os cenários de mudanças climáticas indicam que a Caatinga vai se tornar mais árida do que já é, então os desafios para toda a população que vive nesta área serão ainda maiores. A necessidade de se definir estratégias mais sustentáveis para a ocupação e exploração econômica da região é urgente", alertou o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, Bráulio Dias.
Para o deputado Sarney Filho (PV-MA), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, "nenhuma política de desenvolvimento para a Caatinga produzirá resultados duradouros se não incorporar, de forma efetiva, a preocupação com o uso sustentável dos seus recursos naturais".
Parlamentares e sociedade civil, que lotaram a comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, em Brasília, pediram mais agilidade do Congresso na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 115/95, que transforma tanto a Caatinga como o Cerrado em patrimônios nacionais, garantindo maior proteção aos dois biomas.

Sobre o bioma

A Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, ocupa cerca de 850 mil Km2 nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o Norte de Minas Gerais. De acordo com estudos da Conservação Internacional (CI) foram registradas na região, até agora, 932 espécies de plantas, 187 de abelhas, 240 de peixes, 167 de répteis e anfíbios, 510 tipos diferentes de aves e 148 de mamíferos.
Como 47% da área ainda foram investigados e 80% permanecem ainda subamostrada, o número total da biodiversidade da região deve ser maior. Apesar de sua importância ambiental e social, o bioma tem sido relegado no que diz respeito a políticas públicas que garantam sua conservação e proteção.
As áreas originais remanescentes se encontram muito fragmentadas, o que dificulta a reconstituição natural do bioma. Do total de unidades de conservação na Caatinga, apenas 1% é área de proteção integral. Dos 13 principais tipos de vegetação reconhecidos no bioma, quatro ainda não estão representados em nenhum tipo de UC.
Na concepção de Francisco Campello, diretor de Combate à Desertificação do MMA, o desafio da inclusão social, da sustentabilidade e do desenvolvimento ecossocioeconômico no campo é reunir biodiversidade, biomassa e biotecnologias. Ele defende também que o reflorestamento para a produção de carvão vegetal deve ser feito dentro do conceito de florestas econômicas plantadas.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Preservar a Caatinga.



O Nordeste não conseguiu, ainda, inserir-se na agenda das grandes questões nacionais, apesar do respaldo político sempre renovado ao governo da República. O sinal mais claro dessa exclusão histórica é o tratamento atribuído ao Bioma Caatinga, até hoje não reconhecido como patrimônio nacional, como ocorre com a Mata Atlântica, a Amazônia brasileira e o Pantanal mato-grossense.
O descuido para com as grandes causas do semiárido é visível, de modo particular, no Congresso Nacional, onde, há 15 anos, tramita a Proposta de Emenda Constitucional nº 504 corrigindo essa falha. Apesar do longo tempo de tramitação, a PEC não avança, nem há interesse demonstrado pelos parlamentares em avançar as etapas burocratizantes do processo legislativo. Nesse ponto, Executivo e Legislativo se nivelam.
A Caatinga corresponde à região semiárida do mundo com a maior biodiversidade, compondo um bioma único por suas peculiaridades. Nem assim, ela conseguiu, até agora, sensibilizar a representação política cearense para impulsionar sua proteção constitucional. Como agravante, a falta de conhecimento dessa realidade ambiental "sui generis" se encarregou de comandar a exploração predatória de seus vastos recursos naturais.
Recentemente, pesquisadores das áreas de ciências da natureza, da Universidade de São Paulo, se deram o trabalho de estimar o hipotético orçamento para custeio da descoberta e descrição formal de todas as espécies de animais da natureza ainda não catalogados. As inversões financeiras, para tanto, se aproximariam do Produto Interno Bruto de Portugal: R$ 430 bilhões. Esse cálculo inicial tem a finalidade de abrir o debate em torno da riqueza desconhecida no campo da fauna.
As primeiras estimativas dos pesquisadores universitários apontam a identificação de dois milhões de animais batizados com a nomenclatura científica, enquanto há cinco milhões de outras espécimes aguardando a caracterização taxonômica. A Caatinga encontra-se, em grande parte, nesse estágio de desconhecimento científico, tanto da fauna como da flora, cuja riqueza, levantada parcialmente pelas primeiras gerações de naturalistas e engenheiros-agrônomos, permitiu o surgimento da agroindústria regional voltada para o mercado externo.
Felizmente, os eventos programados para assinalar, quinta-feira última (28.04), o dia nacional da Caatinga, a efeméride não passou em branco. As conferências, os debates e as exposições sobre os estudos da temática retiraram do ambiente de indiferença essa questão relevante para o Nordeste.
Ainda assim, do Bioma Caatinga original, estão extintos mais de 45% de seus recursos originais, fruto da ação humana mediante a adoção da exploração contrária à ordem natural do meio ambiente. A produção científica dos pesquisadores, a educação ambiental e a identificação de riquezas comercialmente lucrativas, sem afetar a natureza, poderão oferecer contribuição capaz de preservar a biodiversidade restante. Isso tudo dependerá de políticas públicas, do engajamento dos centros de saber numa luta continuada e da sociedade para cobrar de quem pode contribuir.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...