segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Obras de ferrovia e transposição dão novo fôlego a Salgueiro no sertão de Pernambuco.


Canal de aproximação do eixo Leste com o Rio São Francisco
(Foto: A Tarde)

Dez Anos depos, município de Salgueiro deixa de ser capital do Polígono da Maconha
 para ter nova cara e economia fortalecida.


Há dez anos, o município de Salgueiro, encravado no Sertão pernambucano, a 514 quilômetros do Recife, era conhecido apenas por ser a capital do Polígono da Maconha. No início do ano 2000, os governos federal e estadual se uniram em uma megaoperação batizada de Mandacaru para erradicar o tráfico na região. O objetivo não foi alcançado, mas a mobilização policial e militar da época desarticulou momentaneamente os barões da droga e fez a economia de Salgueiro estagnar. Sem o dinheiro gerado pela maconha, concessionárias fecharam, a agricultura perdeu força e a rede hoteleira diminuiu o número de leitos. A partir de 2007 e mais fortemente nos últimos dois anos, obras bilionárias como a transposição do Rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina mudaram a cara do município, que hoje se transformou num dos polos de desenvolvimento mais promissores do País.
Os canteiros de obra da Transnordestina e da transposição geram sete mil empregos diretos em Salgueiro e municípios próximos. Com a conclusão da Ponte do Ibó, no ano passado, a cidade passou a ficar a menos de 600 quilômetros de todas as capitais do Nordeste (com exceção de São Luiz). Uma viagem de Salvador a Fortaleza, por exemplo, ficou 240 quilômetros mais curta após a finalização da ponte. Sem a necessidade de desviar até Petrolina, para atravessar o Rio São Francisco, os caminhoneiros agora cruzam o Nordeste via BR-116, economizando tempo e combustível. Com a conclusão da Transnordestina, em 2012, Salgueiro vai estar no meio do maior entroncamento ferroviário e rodoviário da região.
“Estamos vivendo um novo momento em Salgueiro. Teremos aqui uma plataforma logística multimodal (porto seco) que vai aproveitar nossa localização privilegiada no Nordeste. São 262 hectares que também vão possibilitar a instalação de um distrito industrial, criando um polo perene de geração de empregos, mesmo com o fim das obras da transposição e da Transnordestina”, explicou o prefeito de Salgueiro, Marcones Sá (PSB).
Em 2000, Marcones Sá era vereador de Salgueiro. Ele recorda bem como a cidade era conhecida. “Na época da Operação Mandacaru, tínhamos chegado ao fundo do poço. Aquela mobilização concentrou em Salgueiro uma mídia negativa, que existia de forma dispersa em todo o Sertão. Foi preciso quase uma década para que superássemos essa fase”, observou o prefeito.
Além de principal distribuidor de maconha do Sertão, o município de Salgueiro era um dos mais violentos da região. A BR-116 era palco constante de assaltos. “No início da década, registrávamos assaltos praticamente toda semana nas rodovias da região. No ano passado, esse número caiu para 18 casos, incluindo as tentativas”, detalhou o porta-voz da Polícia Rodoviária Federal, Eder Rommel.
A Polícia Federal instalou uma delegacia na cidade em março de 2000. A partir daí, as operações de erradicação de plantios passaram a obedecer a um calendário rígido para quebrar economicamente os traficantes. “Não é possível medir a produção de maconha, por motivos óbvios, mas estou aqui em Salgueiro desde 2006 e percebo que a quantidade da droga em circulação está em decréscimo”, atestou o delegado federal Cristiano de Oliveira Rocha.
No quesito homicídios, a Polícia Civil anota a maior vitória de Salgueiro. A área de segurança integrada que reúne o município e mais seis cidades vizinhas é a mais pacífica do Estado. No ano passado, ocorreram 33 assassinatos na região, este ano foram 16. “Estamos com mais de 50% de redução no número de homicídios em 2010”, comemorou o delegado seccional de Salgueiro, Marlon Frota.
(Fonte: Jornal do Commercio - Por Eduardo Machado)

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