segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Patrimônio da natureza ameaçado na caatinga.


A estrada, que liga o Sudeste ao Nordeste, passa por cima de cavernas em São Desidério, na Bahia. Uma das cavernas guarda o maior lago subterrâneo do Brasil.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Onde está a água limpa e fresca do planeta.


Fresh Water: The Essence of Life from Conservation International on Vimeo.

O vídeo acima, da Conservation International, foi feito para mostrar a importância de preservar os mananciais de água. Quando o calor estiver insuportável e você pensar em dar um mergulho em um rio ou tomar um banho gostoso de cachoeira, pense no privilégio que é um pouco de água doce e limpa no planeta de hoje.
(Fonte: Blog do Planeta)

O Blog da Caatinga vai dar uma descansada nos próximos dias, que ninguém é de ferro. Coisa rápida. Na segunda-feira, dia 27, a página retorna cheia de fôlego e, o que é mais importante, de notícias sobre o nosso Bioma Caatinga e o Meio Ambiente. Feliz Natal a todos os Caatingueiros.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Aventura Selvagem no Vale dos Dinossauros na Paraíba.

O apresentador Richard Rasmussen do programa "AVENTURA SELVAGEM" do SBT, presenteia o país mostrando um achado há muito esquecido, e de importância incalculável para a historia natural o "VALE DOS DINOSSAUROS", em Souza (PB), em plena caatinga. Ações como estas dão esperança de que algum dia será dada a devida importância aos achados, e que os contemplados por morar na região tenham orgulho e maior zelo por eles.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ecoprodução na Caatinga dá seus pulos, e se ajeita


Com criatividade, as riquezas encontradas no bioma servem de bandeira para
preservar o meio ambiente e são fonte de renda para as comunidades da região.

Há mais na Caatinga que só seca. Há ali um mix de sabedoria popular com noções de sustentabilidade, frutas viram saborosas geleias e a palha do licuri ou do babaçu, da espiga de milho ou da bananeira se transformam em peças de artesanato. Com criatividade, as riquezas encontradas no bioma que cobre, principalmente, o Nordeste brasileiro servem de bandeira para preservar o meio ambiente e fonte de renda às comunidades da região.
Há seis anos, quando foi criada a Bodega de Produtos Sustentáveis do Bioma Caatinga, mais conhecida como Bodega da Caatinga, apenas oito grupos se articulavam na coleta e beneficiamento de produtos florestais não-madeireiros. A corrente cresceu e hoje são 40 organizações ecoprodutivas que possuem a força dos braços para mexer tachos de doce e a habilidade de mãos para fazer tapeçarias e biojoias de mais de três mil famílias.
Os grupos estão espalhados entre os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte e fabricam, além de alimentos e peças de artesanato, bebidas, fitocosméticos e mobiliários, usando como matéria-prima fibras e frutas características do bioma.
Criada pela ONG Agendha, a Bodega da Caatinga produz hoje cerca de 700 produtos. Os trabalhos com fibras e palhas, como carnaúba, caroá e sisal, superam os 100 artigos e as participações em feiras e exposições atingem uma média anual de 19 eventos.
A iniciativa tem apoio do Ministério do Meio Ambiente, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), no Projeto Conservação e Uso Sustentável da Caatinga (GEF- Caatinga).

Copa e olimpíadas

Quando o Brasil receber atletas e turistas de todo o mundo nos próximos eventos esportivos de grande porte, eles terão a oportunidade de experimentar as delícias da terra em sorvetes, picolés, sucos e bebidas lácteas. Os produtos das associações bodegueiras, bem como de grupos que seguem a mesma linha nos biomas do Cerrado e da Amazônia, serão destaque durante a Copa das Confederações de 2013, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas e ParaOlimpíadas de 2016.
(Fonte: Andres Bruzzone Comunicação - Meio Ambiente)

sábado, 4 de dezembro de 2010

Personagens da Caatinga: Canudos e Antonio Conselheiro.


Este é um video didático elaborado pela "Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj" e Pelo "Ministério da Cultura", com o apoio da "TV Cultura". É um dos episódios da Série "Brasil - 500 Anos" (disponível no site: www.dominiopublico.gov.br), falando sobre o Conflito armado entre sertanejos sem-terras e as forças da República (1893 a 1897). Os sertanejos esperavam a vinda do Reino do Rei Dom Sebastião: um reino onde todos seriam igual socialmente - de gloria e justiça para todos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Conheça o curso de sobrevivência na caatinga.


Assista ao vídeo com os futuros oficiais que estão se formando na Escola de Administração do Exército da capital baiana e que participam de um curso de sobrevivência na caatinga.
(Fonte: Globo News - Via Brasil)

72º Batalhão de Infantaria Motorizado é uma unidade de elite do Exército brasileiro sediada em Petrolina, sendo a única Unidade do Exército Brasileiro a formar o combatente para o ambiente operacional de caatinga.
Possui um Centro de Instrução de Operações na Caatinga, abrangendo uma área com aproximadamente 28.000 km². Preocupado com a questão ambiental, o batalhão preserva, desde a sua criação, uma vegetação de 3.000 km² inserida na área urbana de Petrolina, tendo também um parque zoobotânico, com uma grande variedade de representantes de fauna e flora do bioma caatinga, sendo 22 viveiros e mais de 40 espécies de vegetais. Em uma integração social, o parque que é aberto à visitação pública é constantemente visitado por alunos que desenvolvem pesquisas escolares e também por acadêmicos de entidades de ensino superior locais que desenvolvem projetos de pesquisa.
Um país como o Brasil que possui uma enorme variedade geográfica precisa ter combatentes aptos para operar em diferentes ambientes operacionais.
Como uma Força Armada moderna, o Exército Brasileiro mantem seus soldados preparados para o combate em diversos terrenos. Por isso, possui tropas especializadas no combate na selva, no pantanal, na caatinga, na montanha e em diversos tipos operações militares. Os combatentes são treinados exaustivamente para atuar de acordo com o ambiente em que estão inseridos, desta forma se pode garantir qualidade e êxito nas operações militares.
O combate na caatinga, já há muitos anos, vem sendo objeto de pesquisas e estudos por parte do Exército Brasileiro, com o objetivo de determinar as características que o diferenciam das operações desenvolvidas em outros ambientes operacionais.
O militar especializado no combate na caatinga deve conhecer as peculiaridades da região e adaptar-se a elas. Para isso existem dois tipos de adaptação, a ambiental e a de instrução. Na primeira, o combatente aprende a lidar com os rigores térmicos da região e com a escassez de água, características marcantes neste ambiente operacional. Os treinamentos dessa fase duram de 10 a 15 dias e, após esse período, o aluno já está perfeitamente ambientado às peculiaridades da região. Durante a segunda fase, o treinamento busca adequar o homem à área de operações, instruindo-o as peculiaridades do combate próprio da região seca e arida da caatinga e elevar o preparo psicológico necessário ao cumprimento das mais variadas missões no ambiente da caatinga. Entre as instruções ministradas neste período, especial enfase é dada a observação e orientação, tanto diurna como noturna; a capacidade de utilização de cobertas e abrigos para deslocamentos e ações militares; o reconhecimento operacional; a localização de alvos importantes; a utilização de estradas e demais vias de acesso à área de operações; os deslocamentos a pé, motorizados ou aeromóveis; e aos exercícios de combate e sobrevivência.
O 72 BIMtz abriga as instalações do Centro de Instrução de Operações na Caatinga (CIOpC) que situa-se em imóvel da União, conhecido por Fazenda Tanque do Ferro, jurisdicionado ao Ministério da Defesa , passando a ser chamado de Campo de Instrução Fazenda Tanque do Ferro (CIFTF.), responsável pela formação do Combatente de Caatinga. A vegetação é agressiva e espinhosa, o sol é causticaste o relevo é pouco ondulado, solos muitas vezes pedregoso, e, sobretudo com aglomerados humanos esparsos e uma grande escassez de água.
(Fonte: Wikipedia)



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Caatinga em doses quase homeopáticas


Livro que estimula uso sustentável do bioma foi lançado 
ontem  no Recife pelo Ministério do Meio Ambiente.

A proteção parece o caminho lógico para preservar a caatinga - ecossistema exclusivamente brasileiro. Mas não é o único. Usar a vegetação de maneira equilibrada também é uma solução. E começa a ser a nova bandeira do Ministério do Meio Ambiente (MMA) que lançou ontem, o livro Uso Sustentável e Conservação dos Recursos Florestais da Catinga. Reunindo estudos e pesquisas do bioma nos últimos 25 anos, a obra consolida a possibilidade da economia racional proteger o meio ambiente. A receita é simples: usar uma parte por vez para garantir sempre o todo.
Ecossistema exclusivamente brasileiro foi alvo de estudos específicos nos últimos 25 anos para lançamento de obra Foto: Plano de Ação Nacional de Combate a DesertificaçãoNum exemplo simplificado, a recomendação significa que um proprietário de terra deverá dividir o terreno para manter a vegetação se recuperando em um trecho enquanto a outra parte é cortada. Uma medida que também parece óbvia, mas foram necessários anos de estudos para identificar a viabilidade e o prazo de 15 anos como ideal entre um corte e outro de lenha. ´O livro reúne essas pesquisas e o tempo de 15 anos de espera foi consolidado. Pode parecer muito, mas, assim, o solo estará sempre sendo renovado`, disse a engenheira florestal do Serviço Florestal Brasileiro e uma das organizadoras do livro, Maria Auxiliadora Gariglio.
Os estudos também constataram o forte potencial de recuperação da caatinga e a capacidade acelerada de recomposição. Na Amazônia, onde o manejo sustentável já é praticado, os produtores precisam esperar até 30 anos para reutilizar o mesmo solo. ´As árvores de lá são maiores, produzem grandes toras e estacas. Essa é outra vantagem nossa`, ressaltou, lembrando que a produção de lenha e carvão é a principal responsável pelo desmatamento que modificou cerca de 80% do bioma no Nordeste. Um histórico que faz do manejo sustentável uma medida fundamental para a região, que emprega cerca de 700 mil pessoas no corte de madeira.
Com 367 páginas, o livro traz artigos de 28 pesquisadores de instituições de todo o Nordeste e órgãos nacionais, como o MMA. E a principal conclusão de todos os envolvidos é sobre a potencialidade da aplicação do manejo para a produção energética, criando uma alternativa sustentável para a área. ´A união entre a conservação e a produção de lenha é o resultado mais importante da obra`, afirmou Maria Auxiliadora. Ela também destacou que, além de garantir o respeito à capacidade de reprodução da vegetação, a prática possibilita a manutenção da biodiversidade de fauna e flora.
Em um dos capítulos, os pesquisadores analisaram a situação de anfíbios, répteis, mamíferos e abelhas, além da flora, localizados em uma área da caatinga no Ceará que já atua com manejo sustentável. O resultado surpreendeu até os especialistas com uma diversidade semelhante à encontrada em unidades de conservação. Gariglio esclareceu que o tipo de uso da caatinga, que costuma ser mais cortada do que queimada, também favorece as espécies. ´Os tocos permanecem e isso acelera a recuperação, além de continuar a abrigar as espécies da fauna`. A primeira edição do livro, 2 mil exemplares, será distribuída entre entidades de pesquisa e de proteção do meio ambiente. (Fonte: Diário de Pernambuco - Júlia Kacowicz)
Leia também: Sustentabilidade em pauta: novos livros sobre o tema


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Livro informa sobre o manejo sustentável na caatinga e será lançado em Recife (PE) no próximo dia 23.11(terça-feira).


Publicada pelo Serviço Florestal Brasileiro, a obra “Uso Sustentável e Conservação dos Recursos Florestais da Caatinga” reúne artigos sobre a importância e as possibilidades do manejo sustentável no bioma. Lançamento será no Recife Praia Hotel, localizado à Av. Boa Viagem, 09 – Pina, Recife (PE) às 15:30h.

A biodiversidade da caatinga possui um grande potencial econômico, que para ser benéfico para o homem e, também, para o meio ambiente precisa ser explorado de forma responsável. Oferecer informações a respeito do manejo sustentável no bioma é o grande objetivo do novo livro “Uso Sustentável e Conservação dos Recursos Florestais da Caatinga”.
Publicada pelo SFB – Serviço Florestal Brasileiro, do MMA – Ministério do Meio Ambiente, a obra reúne diversos artigos técnico-científicos, que são baseados em profundas pesquisas, a respeito da importância e das possibilidades sociais e econômicas do manejo florestal sustentável na caatinga.
Os textos foram produzidos por mais de 20 renomados especialistas no assunto, que são ligados a ONGs, universidades e, ainda, órgãos públicos regionais e nacionais, como a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e o Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
O livro será lançado oficialmente no dia 23 de novembro, na cidade de Recife, em Pernambuco e, posteriormente, distribuído às bibliotecas da região e entidades parceiras do projeto. Aqueles que tiverem interesse em comprar um exemplar podem entrar em contato com o SFB pelo telefone (61) 2028-7258. (Fonte: Planeta Sustentável)

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Livro fotográfico registra luta em defesa do Velho Chico



Por Michelle Amaral

O fotógrafo João Zinclar lançou em Campinas (SP) o livro “O Rio São Francisco e as Águas no Sertão”. O trabalho é resultado de um ensaio fotográfico realizado entre 2005 e 2010.
Durante os cinco anos, o fotógrafo percorreu as margens do São Francisco em oito estados e registrou a cultura do povo ribeirinho e sua luta em defesa do rio.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Zinclar contou que a ideia de realizar o ensaio fotográfico surgiu com a intensificação das discussões e mobilizações contrárias à decisão do governo federal de realizar a transposição das águas do rio. “Senti necessidade e vontade política de contribuir nesse debate através da fotografia, nesse cenário de conflitos em torno do uso e controle das águas do Velho Chico”, conta.
O fotógrafo afirma que, apesar do início das obras, o conflito em torno do projeto da transposição continua. “É uma questão mal resolvida e que pode ter desdobramentos futuros”, explica. Nesse sentido, ele acredita que o livro possa contribuir no debate e luta em defesa do rio. “Esse livro é parte, expressão e identificação com aquele povo em defesa do rio e na luta pela terra naquela região”, resume.
O lançamento da obra foi acompanhado do debate “Água: Direito ou Mercadoria?”, que contou com a presença do diretor-presidente da Agência Nacional das Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, e assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e membro da Articulação Popular São Francisco Vivo, Terra, Água, Rio e Povo, Roberto Malvezzi, o Gogó.
Confira entrevista a seguir.

Como nasceu a idéia de produção do livro fotográfico?
João Zinclar: Esse livro é a conclusão de um ensaio fotográfico que vem sendo realizado desde 2005 até hoje no rio São Francisco e no sertão nordestino. É uma obra coletiva, pois contou com a valiosa contribuição de várias pessoas amigas, que escreveram textos que enriqueceram a publicação. A ideia de fotografar essa pauta surgiu com a intensificação das discussões e mobilizações do povo ribeirinho e dos movimentos sociais contrários à polêmica e equivocada decisão do governo federal de fazer a transposição das águas do São Francisco. Senti necessidade e vontade política de contribuir nesse debate através da fotografia, nesse cenário de conflitos em torno do uso e controle das águas do velho Chico. Antes de virar livro, essas fotos já foram expostas em vários lugares, serviram para estimular debates e ilustrar varias reportagens sobre a transposição, principalmente as realizadas pelo Brasil de Fato ao longo desses cinco anos. Esse livro é parte, expressão e identificação com aquele povo em defesa do rio e na luta pela terra naquela região.
Você poderia falar da experiência vivida no período em que percorreu o Rio São Francisco?
Conhecer melhor aquele povo, suas aspirações, sua cultura e suas lutas foi uma experiência rica em fundamentos. O contato e a interação nas beiradas do rio São Francisco com os povos tradicionais, indígenas, quilombolas, pescadores ribeirinhos, trabalhadores camponeses sem terra, pequenos agricultores, vazanteiros, em sua lutas por terra e água, fizeram ampliar meu entendimento sobre a luta de classes no Brasil. À sua maneira, esse povo contribui na linha de frente no conflito com o capital, resistindo e procurando construir alternativas à nova fase do avanço do agronegocio no campo e do capitalismo no Brasil.
Quais dificuldades você enfrentou no período de produção da obra?
Fui assaltado na estrada em Cabrobó (PE), juntamente com o jornalista e amigo Flaldemir Sant’ana. Sofri ameaças de morte fotografando carvoarias em Buritirama (BA). Tirando esses fatos indesejáveis, na verdade, não encontrei muita dificuldade, pois contei com apoios logísticos importantes de sindicatos de trabalhadores e pessoas amigas de Campinas (SP), cidade onde moro, e principalmente com a receptividade política, o desprendimento e a solidariedade ativa do povo lutador da bacia hidrográfica do Rio São Francisco e do sertão nordestino. Veio desse povo e de suas organizações políticas, sociais e pastorais, todo apoio necessário com transporte, alimentação e hospedagem, contatos e informações valiosas que ajudaram a compreender realidades pelos caminhos do velho Chico. Sem essa solidariedade seria impossível percorrer diversas vezes, os mais de 10 mil quilômetros rodados em 8 estados (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará) desde 2005.
O lançamento do livro será feito juntamente com um debate sobre a questão das águas no Brasil. Nesse contexto, qual a importância do livro?
Penso que os conflitos em torno da defesa, do uso e do controle sobre as águas têm importância estratégica nas lutas dos trabalhadores e dos povos no mundo. Isso não é diferente no Brasil. Esta questão expõe as contradições do sistema, baseado na exploração do trabalho e na transformação de tudo e todos em mercadorias que só têm valor se apropriadas privadamente. As riquezas naturais só são riquezas no capitalismo se pertencerem a alguém. Portanto, a água, a terra, a floresta, os vários biomas e seus recursos só têm valor se transformados em bens e serviços para venda. Assim, a luta necessária para garantir acesso de bens comuns a todos assume caráter de confronto anti-imperialista e anti-capitalista, extrapolando o caráter meramente ambientalista. “A guerra pela água em Cochabamba” na Bolívia, onde o povo boliviano rebelou-se contra a privatização da água naquela cidade por uma empresa estrangeira, e a luta contra a transposição do rio São Francisco no Brasil são provas cabais disso. Apesar da concretização do inicio das obras, entendo que o conflito e a controvérsia em torno do projeto de transposição continuam. É uma questão mal resolvida e que pode ter desdobramentos futuros. Creio que esse livro se insere nesse contexto.






segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Xique-xique é o fiel da balança em meio à terra rachada


A vida é assim. A desgraça de uns muitas vezes se transforma na fortuna de outros. No sol de quase dezembro, e após seis meses de estiagem, vaqueiros, sertanejos, criadores de gado, fazendeiros e outros ilustres personagens dessa história secular disputam o gado com os urubus. Não só o gado: também bodes e cabras. A plantação já foi perdida. O tempo não foi generoso e a caatinga reassumiu sua faceta mais estereotipada: terra rachada, carcaças de animais espalhadas pelos caminhos. Por essa época do ano, entre o sertanejo e os urubus, surge uma outra figura histórica para a caatinga. É o xique-xique, o fiel dessa balança.
Cena comum à época de estiagens no sertão nordestino, a queima de xique-xique é o recurso ao qual agricultores, como Paulo Assunção, em Santana do Matos, dispõem para escapar do magro rebanho. O xique-xique é antes de tudo um forte. Espinhoso, resistente e acostumado à aridez, o sodoro, como é mais comumente chamado por essas bandas, é uma das poucas plantas a conseguir sobreviver à seca. Como não choveu, não há pasto. Mas o gado obviamente precisa comer. É nesse descompasso que o xique-xique se insere e ganha ares de personagem principal. Tentando evitar ao máximo enriquecer ainda mais os urubus, o sertanejo começa a queimar o sodoro para substituir o pasto e a ração, já escassas após o sexto mês de seca. Alguns mais abastados conseguem misturar com farelo ou pasta. Outros dependem exclusivamente do xique-xique.
Passa das 10h em Santana do Matos. O azul do céu limpíssimo, apesar de bonito, aterroriza. É sinal de calor. Aboletados em uma pequeno almoxarifado, três homens, sendo um mais moço e dois mais velhos, assistem ao espetáculo do sodoro. O xique-xique foi guardado em grandes montes à espera da forrageira. A massa verde atravessa a máquina para se transformar numa pasta aquosa e sem cheiro. A pasta é recolhida do chão e vai parar nos pastos, sozinha ou acompanhada. Caso haja ração para a mistura, a vida do sertanejo fica um pouco mais leve. Só é necessário preparar a “iguaria” uma vez por dia. Sem ração, a mistura fica fraca. E o trabalho aumenta. “Eu preciso passar o dia quase todo queimando o sodoro, porque ele não tem força para manter o gado. Então, o gado precisa passar o dia inteiro comendo ou então fica fraco e pode morrer”, diz José Silveira Braga Filho, de 29 anos, acrescentando que um saco de ração custa cerca de R$ 50. “Com o passar do tempo, a seca vai deixando a ração mais cara. Quanto mais difícil o pasto, mais cara a ração”, complementa José Silveira Braga, o pai, que tem 69 anos e já queimou muito sodoro na vida.
A família Silveira Braga tem 20 cabeças de gado, sendo 10 bezerros, o que torna o ofício de queimar xique-xique penoso, mas não impossível. “Já passei 14 meses sustentando o gado apenas no xique-xique”, diz o Silveira Braga mais velho. Filho e pai se revezam em frente à forrageira e conseguem alimentar o gado apenas com a planta. Nos arredores do sítio Quixaba, em Santana do Matos, há produtores com mais de 100 animais. Dessa maneira, é impossível alimentar todos apenas com a queima do sodoro. E os animais vão morrendo.
Na Fazenda Serra do Gado, mais de 20 animais morreram. Os arredores da casa principal, onde José Carlos Soares toma de conta da pecuária, se transformaram nos últimos meses num cemitério de animais. Há pouco mais de cem metros do curral principal estão sete cadáveres de vacas , alguns já reduzidos a ossos, outros ainda motivo de festa para os urubus. Os proprietários da fazenda tiveram de recorrer a uma medida extrema. Contrataram caminhões e levaram a maior parte do gado para outra terra, na Paraíba. Muitas vacas não tiveram força para subir no caminhão. Essas vão morrendo com o passar do tempo.
Um detalhe é indispensável nesse contexto. Falta pelo menos mais quatro meses sem chuvas significativas no sertão potiguar. Esse prognóstico é otimista. Parte do pressuposto que haverá um bom inverno em 2011. Nem todos os agricultores e criadores de gado pensam dessa forma. “Se o próximo ano for do mesmo jeito, vou perder todo o meu rebanho”, diz o Silveira Braga mais novo.

Alimento pouco nutritivo para o gado

Enquanto a chuva não chega, há muito xique-xique para cortar e levar ao fogo. A planta vai assumindo um papel cada vez mais importante ao ponto em que o pasto vai rareando por aquelas paragens. A medida emergencial tem os seus contras: é um produto pouco nutritivo para as rezes, o que causa uma diminuição na produção de leite, além de, com o enfraquecimento do gado, poder até matar; e ainda por cima possui um processo bastante penoso para o trabalhador rural. Tanto que, na maioria dos casos, não há como terceirizar o serviço, a não ser que o proprietário esteja disposto a pagar entre R$ 30 e R$ 50 a diária do trabalhador. A maioria dos criadores não tem como sustentar sequer um mês a esse preço.
Paulo Xavier prepara todos os dias xique-xique para suas 15 cabeças de gado. É preferível começar o trabalho à tardinha, quando o sol castiga menos e o calor por consequência é menor. Mas nem sempre acontece assim. Há quem prepare a ração improvisada durante o dia inteiro, como também há quem escolha momentos estratégicos durante o dia. Por ocasião da visita da reportagem a Santana do Matos, Paulo Xavier preferiu iniciar o processo às 16h.
O primeiro passo é cortar o xique-xique em grandes pedaços, com uma foice ou uma roçadeira. Como se sabe, trata-se de uma planta cheia de espinhos, o que torna impossível o manuseio com as mãos. O sertanejo improvisa um gancho, através do qual consegue manusear a planta. A queima e si varia. O objetivo desse passo é retirar os espinhos da planta, os quais impossibilitam a ingestão do sodoro pelo gado. Métodos mais “modernos” usam um maçarico, mas desde sempre o processo tem seguimento com as “coivaras”, grandes fogueiras onde o sertanejo “assa” o xique-xique até que ele fique liso.
As duas maneiras têm diferenças importantes para quem conduz o processo. O grande problema é o calor. Ora, o sertão já é suficientemente quente e alguns minutos diante de uma fogueira é o bastante para produzir uma insuportável sensação de calor. Com o maçarico, o sertanejo tem a escolha de parar o processo quando lhe der vontade, ou quando a temperatura atingir níveis difíceis de agüentar. Já nas “coivaras” isso não é possível. É preciso aproveitar a lenha, na maioria das vezes galhos secos encontrados ao redor.
A demonstração apresentada por Paulo Xavier foi à moda antiga. Os sodoros estavam amontados no chão e o gancho era encarregado de levá-los até a fogueira, onde cada planta demora poucos minutos. Quando o xique-xique entra em contato com o fogo, as labaredas assumem um tom esverdeado, aos poucos substituído pelo amarelo e pelo laranja. Ao passo em que o monte de sodoros cortados vai dando lugar aos galhos pintados de preto pelo fogo, é hora de carregar a carroça e levar o apurado do dia para o curral.
Contudo, o trabalho não terminou por aí. Os galhos queimados precisam passar pela forrageira para chegar à forma comestível para as rezes. Em dias normais, dizem os sertanejos, o gado não comeria aquela mistura insossa. Mas até mesmo os animais sentem que não há escolha. Ou comem sodoro ou são admitidos no banquete macabro dos urubus.

Animais são os primeiros a serem atingidos pela seca

A convivência com a seca é um tema recorrente no Brasil há muito tempo. Fala-se de tudo: caminhões-pipa, cisternas, transposição de rios, construção de açudes, etc. A lista de supostas panacéias é infindável, porém insuficiente. O que se percebe andando pelo sertão do Rio Grande do Norte é a dificuldade dos sertanejos em lidar com o temperamento da natureza. Os animais são os primeiros atingidos, mas não os únicos. Em algumas localidades, é difícil conseguir água até mesmo para o consumo humano.
Quando se pensa nesse assunto, melhor relativizar o estereótipo do sertanejo miserável e faminto. Miséria existe, mas não é tão fácil encontrar sertanejos comendo palma e preás como há tanto é alardeado pela imprensa nacional. Por mais pobre que seja a comunidade, sempre existem aposentados e beneficiários do bolsa-família para sustentar a casa. O que acontece é o sucessivo empobrecimento dessas famílias e a dependência sem fim desses programas de assistência.
No assentamento Jucá, município de Pedro Avelino(Região central), a dificuldade é manter a água para a própria comunidade, formada por 10 casas. Tudo ali é fruto de financiamento governamental. A começar pelas casas, a aquisição do terreno, os animais para criação e as cisternas consideradas a solução dos problemas. Como não choveu, as cisternas ficaram vazias. É normal que uma cisterna de 18 mil litros seja suficiente para manter o consumo de uma família durante um ano. Contudo, naquelas paragens é tamanha a aridez que as pessoas dividem a água com o gado.
Nesse caso, a única solução é comprar água por carrada. Custa R$ 80 cada caminhão que vai para o Jucá. Somente este mês foram sete, o que aperta o orçamento das famílias. Ora, a principal atividade é a criação de caprinos – bodes e cabras – e esta mesmo não vai muito bem. O rebanho praticamente foi reduzido pela metade. O pasto está repleto de carcaças ao ponto de, em minutos, os criadores conseguirem juntar cinco cabras mortas para uma fotografia.
Francisco Carlos da Silva, tesoureiro da associação que gere o assentamento, conta que a única alternativa é se virar com bicos e o dinheiro do bolsa-família. No assentamento, não há aposentados. Para os próximos anos, a construção de duas grandes cisternas é apontada como uma possível solução. O açude que há por ali fica longe e não há tubulação. A proliferação de cisternas faz parte de um programa do Governo Federal. São mais de 300 mil em todo o país. Em municípios pequenos, como Pedro Avelino, Santana do Matos, Lajes, entre outros da região central, há entre 300 e 500 cisternas por cidade. É pouco quando se compara ao universo total de agricultores e criadores de gado. Outro ponto importante para a vida no sertão – os carros-pipa – sofrem com a politização. Quando o programa executado pelo Exército não chega a todos, a água vira moeda política. Um capital utilizado para conseguir votos nas regiões mais distantes.
(Fonte: Tribuna do Norte - Por Isaac Lira)



sábado, 13 de novembro de 2010

Personagens da Caatinga: BOIADEIRO SOU REI.



Neste filme maravilhoso uma câmera acompanha a vida de alguns vaqueiros no interior do Piauí.
Segundo o cineasta, Carlos Tourinho, o filme foi baseado em Os Sertões de Euclides da Cunha.O filme foi produzido em película 35mm em 1978 no estado do Piauí. Na época existia a " Lei do Curta" que anexava um documentário ou um curta com temática cultural nacional, a um filme estrangeiro. O propósito da lei, que era de reserva de mecado, era mostrar também ao Brasil, que temos boas cabeças pensantes na área do audiovisual. Tourinho disse que "antes de começar as filmagens, andei com eles durante uns três dias acompanhando e ajudando no dia a dia.

Gente simples, que a única ambição era de cuidar da fazenda que não era sua e criar os filhos dando uma oportunidade melhor. O vaqueiro que cai do cavalo na vaquejada, realmente morreu.
Assim que puder, voltarei a fazenda para ver como vai a vidade deles e quem sabe, dar continuidade a história dos vaqueiros.. São mais de 30 anos de história". A música é do Quinteto Violado. (Fonte: YouTube).

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Obras de ferrovia e transposição dão novo fôlego a Salgueiro no sertão de Pernambuco.


Canal de aproximação do eixo Leste com o Rio São Francisco
(Foto: A Tarde)

Dez Anos depos, município de Salgueiro deixa de ser capital do Polígono da Maconha
 para ter nova cara e economia fortalecida.


Há dez anos, o município de Salgueiro, encravado no Sertão pernambucano, a 514 quilômetros do Recife, era conhecido apenas por ser a capital do Polígono da Maconha. No início do ano 2000, os governos federal e estadual se uniram em uma megaoperação batizada de Mandacaru para erradicar o tráfico na região. O objetivo não foi alcançado, mas a mobilização policial e militar da época desarticulou momentaneamente os barões da droga e fez a economia de Salgueiro estagnar. Sem o dinheiro gerado pela maconha, concessionárias fecharam, a agricultura perdeu força e a rede hoteleira diminuiu o número de leitos. A partir de 2007 e mais fortemente nos últimos dois anos, obras bilionárias como a transposição do Rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina mudaram a cara do município, que hoje se transformou num dos polos de desenvolvimento mais promissores do País.
Os canteiros de obra da Transnordestina e da transposição geram sete mil empregos diretos em Salgueiro e municípios próximos. Com a conclusão da Ponte do Ibó, no ano passado, a cidade passou a ficar a menos de 600 quilômetros de todas as capitais do Nordeste (com exceção de São Luiz). Uma viagem de Salvador a Fortaleza, por exemplo, ficou 240 quilômetros mais curta após a finalização da ponte. Sem a necessidade de desviar até Petrolina, para atravessar o Rio São Francisco, os caminhoneiros agora cruzam o Nordeste via BR-116, economizando tempo e combustível. Com a conclusão da Transnordestina, em 2012, Salgueiro vai estar no meio do maior entroncamento ferroviário e rodoviário da região.
“Estamos vivendo um novo momento em Salgueiro. Teremos aqui uma plataforma logística multimodal (porto seco) que vai aproveitar nossa localização privilegiada no Nordeste. São 262 hectares que também vão possibilitar a instalação de um distrito industrial, criando um polo perene de geração de empregos, mesmo com o fim das obras da transposição e da Transnordestina”, explicou o prefeito de Salgueiro, Marcones Sá (PSB).
Em 2000, Marcones Sá era vereador de Salgueiro. Ele recorda bem como a cidade era conhecida. “Na época da Operação Mandacaru, tínhamos chegado ao fundo do poço. Aquela mobilização concentrou em Salgueiro uma mídia negativa, que existia de forma dispersa em todo o Sertão. Foi preciso quase uma década para que superássemos essa fase”, observou o prefeito.
Além de principal distribuidor de maconha do Sertão, o município de Salgueiro era um dos mais violentos da região. A BR-116 era palco constante de assaltos. “No início da década, registrávamos assaltos praticamente toda semana nas rodovias da região. No ano passado, esse número caiu para 18 casos, incluindo as tentativas”, detalhou o porta-voz da Polícia Rodoviária Federal, Eder Rommel.
A Polícia Federal instalou uma delegacia na cidade em março de 2000. A partir daí, as operações de erradicação de plantios passaram a obedecer a um calendário rígido para quebrar economicamente os traficantes. “Não é possível medir a produção de maconha, por motivos óbvios, mas estou aqui em Salgueiro desde 2006 e percebo que a quantidade da droga em circulação está em decréscimo”, atestou o delegado federal Cristiano de Oliveira Rocha.
No quesito homicídios, a Polícia Civil anota a maior vitória de Salgueiro. A área de segurança integrada que reúne o município e mais seis cidades vizinhas é a mais pacífica do Estado. No ano passado, ocorreram 33 assassinatos na região, este ano foram 16. “Estamos com mais de 50% de redução no número de homicídios em 2010”, comemorou o delegado seccional de Salgueiro, Marlon Frota.
(Fonte: Jornal do Commercio - Por Eduardo Machado)

sábado, 6 de novembro de 2010

Personagens da Caatinga: Bode Rei, Cabra Rainha.


No semi-árido brasileiro, no ambiente da Caatinga, é costume dizer-se que não é o homem quem cria o bode, mas o bode que cria o homem. Diz-se também, que porco, galinha e bode são a poupança do pobre e que do bode se aproveita até o berro.
O sertão nordestino é o império do bode e da cabra. Ali, eles são os principais provedores de proteína animal para a maioria da população. Apesar de totalizarem cerca de 11 milhões de animais, sendo fundamentais para a sobrevivência das famílias que ainda resistem nas áreas rurais, os caprinos permanecem na clandestinidade da economia do país. Desde a antiguidade sabe-se que bodes e cabras são excelentes para produzir para o homem: leite, pele e carne, nessa ordem. Depois de quase 500 anos vivendo em sua poderosa invisibilidade, os milhões de cabras e bodes espalhados pelo Brasil começam a aparecer. BODE REI, CABRA RAINHA é um documentário onde os personagens principais são os bodes e as cabras; os coadjuvantes, seus humanos companheiros; e o cenário, a paisagem cultural e física do Nordeste brasileiro.
(Título da obra: Bode rei, cabra rainha / Ano da produção: 2008 / Cidade/ Estado: / Duração: 48 min / Produção: Super Filmes). Fonte: YouTube.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Serviço Florestal lança livro sobre recursos florestais da Caatinga.


O Serviço Florestal Brasileiro (SBF), órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), está lançando o livro Uso Sustentável e Conservação dos Recursos Florestais da Caatinga. A obra reúne artigos técnico-científicos resultados de 25 anos de pesquisa. Os estudos foram rigorosamente atualizados e consolidados por mais de 20 autores (pesquisadores e técnicos), de universidades regionais, órgãos estaduais de meio ambiente, organizações não-governamentais, além da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
De acordo com o chefe da Unidade Regional Nordeste do SFB, Newton Barcellos, o livro considera a relevância do manejo sustentável das florestas da Caatinga para o desenvolvimento econômico e social do Semiárido, bem como, sua influência sobre os meios de vida da população. "Esse bioma tem um grande potencial de exploração, que urge por acontecer de modo sustentável, devido à inegável dependência econômica das comunidades locais, seja por meio do abastecimento com energéticos florestais para indústrias, estabelecimentos comerciais e domicílios, ou da comercialização e do beneficiamento de produtos não-madeireiros, como frutos e palhas, por exemplo", avalia Barcellos. A publicação será lançada oficialmente no próximo dia 23 de novembro, às 15h50, no Recife Praia Hotel, em Recife (PE).
(Fonte: Por Aline Guedes - Insa)

sábado, 30 de outubro de 2010

Personagens da Caatinga: O SERTANEJO E SUA ARTE.



Minha Vida: Sertão (2008) traz um breve recorte da vida de um agricultor em seu dia-a-dia na mais tenra caatinga, que toca a sua vida depois de perder a esposa, lhe restando apenas um neto, um filho e um vizinho a mais de seis quilômetros de distância. Recheado com músicas que fazem parte do universo catingueiro, o documentário do diretor Wllyssys Wolfgang oferece um momento de catarse através da arte sertaneja puramente vivenciada. Documentário / cor / 2008 / 9min50seg. (Fonte: YouTube).

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cerrado e Caatinga são os biomas mais vulneráveis

Os biomas Cerrado e Caatinga não são resistentes (Foto: Divulgação)


Embora a Mata Atlântica tenha sido mais impactada ao longo do processo histórico brasileiro, os biomas Cerrado e Caatinga são os que apresentam as maiores vulnerabilidades no que diz respeito à conservação, segundo o diretor de Florestas da Secretaria da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João de Deus Medeiros.
“Em biomas como o Cerrado e a Caatinga, nós temos uma situação duplamente complicada, que é uma representatividade ainda baixa e a distribuição no bioma e nas categorias de proteção e uso sustentável ainda muito desequilibrada”, ressaltou o representante da pasta ambiental do governo. Medeiros também mencionou a influência da ação humana sobre os biomas, como o agronegócio, considerado por ele “um fator de conflito”.

A 10ª Conferência das Partes (COP10) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CDB) será realizada a partir da próxima segunda-feira, 18 de outubro, até o dia 29, em Nagoya, no Japão. Durante o encontro, o governo brasileiro deve repactuar os compromissos assumidos na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) de 2006, quando o país se comprometeu em garantir, até 2010, a cobertura de 10% de proteção de cada bioma por meio de unidades de conservação e de 30% da Amazônia.

Medeiros justificou que, apesar de não ter cumprido a meta proposta na CDB, o Brasil foi o país que mais contribuiu para a conservação da biodiversidade nos últimos anos. A COP10 vai trazer ao debate os problemas que ameaçam espécies vegetais e animais em todo o mundo. Ele acredita que o país terá na conferência uma maior legitimidade para cobrar os compromissos assumidos pelos outras nações, principalmente as desenvolvidas.

Segundo ele, com um percentual menor do que o da Amazônia, a área protegida nos demais biomas ainda está distante do proposto na CDB.
“É uma meta que ainda representa um grande desafio para o país. Mas nós acreditamos que há cada vez mais sinais de que isso é uma prioridade defendida pela sociedade. Nós precisamos aprimorar esses mecanismos de negociação para que a sociedade entenda a necessidade e a urgência dessas ações. E, com isso, a gente tenha maior facilidade para efetivar a criação dessas novas áreas”, João de Deus Medeiros.
O diretor de Florestas do MMA lembrou que as nações industrializadas também são signatárias da CDB e, apesar de não terem mais um percentual de biodiversidade muito significativo, têm um papel importante a desempenhar na negociação internacional, para auxiliar os países detentores de biodiversidade a implementar essas ações nos seus respectivos territórios.

Nova COP15? O EcoD noticiou no dia 23 de setembro que o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, Bráulio Ferreira de Souza Dias, receia que a cúpula no Japão venha a repetir o fracasso da 15ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP15), realizada em Copenhague (Dinamarca) em dezembro de 2009.

“Nós vamos trabalhar até o último momento para o sucesso da conferência, mas existem desafios muito grandes e não há, por enquanto, apoio de todos para garantir esse sucesso”, admitiu Ferreira. O secretário informou que vários países ricos estão impedindo a conclusão das negociações do protocolo e muitos deles não querem colaborar financeiramente para que sejam adotadas medidas de preservação ambiental.
(Fonte: Eco Desenvolvimento e Domtotal.com)

sábado, 23 de outubro de 2010

Personagens da Caatinga: JACKSON DO PANDEIRO.



Jackson do Pandeiro, o mais importante ritmista brasileiro, em todos os tempos, tem despertado mais comentários e idolatria que audição e estudos, desde seu último disco, “Isso É Que É Forró”, lançado em 1981. Falecido em 10 de julho de 1982, José Gomes Filho, o rei do ritmo, o gênio de Alagoa Grande, na Paraíba, um dos pilares da música popular brasileira da década de 1950 para cá, ainda tem sua rica e vasta obra restrita às lembranças nostálgicas de quem vivenciou seu período áureo ou esquecida em empoeiradas prateleiras de solitários e escassos colecionadores. Mais ou menos, aliás. Há coisa de uns 10 anos, a curiosidade em torno do músico e sua vasta e consistente obra vem ganhando contornos de perpetuação.
Silvério Pessoa, Lenine, Bastianas, Cabruera, Maíra Barros, Cascabulho, Jarbas Mariz, Chico César, Beto Brito, entre outros bambas da nova geração de talentos sonoros, têm conseguido manter acesa a chama da vela da sabedoria jacksoniana. Tão moderno quanto tantos que aí estão e ainda virão.
O programa Arquivo N fez uma homenagem ao cantor, instrumentista e compositor paraibano Jackson do Pandeiro, morto há mais de 25 anos.
(Crédito: Globo News / Tv Globo)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Con(v)ivência com a seca



(Este videoclipe tem como fundo a música É a seca de março torrando o sertão de Jessier Quirino e o texto baseia-se no artigo Uma Visão da Seca a Luz da Psicanálise (LEITE, SEVERIANO, COSTA, 2009) que apresenta a visão do Nordeste como uma Região árida e carente, um dos possíveis olhares que nós como nordestinos não podemos e não devemos negar, já que faz parte da nossa realidade, da nossa identidade).




Artigo

Clovis Guimarães Filho (*)

A caatinga já perdeu mais de 45% dos seus 82 milhões de hectares originais e a festa continua, ao ritmo estimado de 267 mil hectares desmatados/ano. Não foi considerada nesse cálculo a degradação oriunda do superpastejo e de outras atividades extrativistas conduzidas de forma espoliativa. 
Para o MMA o problema do desmatamento deve-se a falta de alternativas energéticas para a região, o que dificulta e torna quase impossível a solução do problema. Um exemplo disso é a destruição criminosa que ocorre no polo gesseiro do Araripe, agravada por uma negligencia das autoridades que beira a cumplicidade.
A julgar pelos planos anunciados para reverter o processo de degradação da caatinga, as perspectivas não parecem animadoras. Veja-se, por exemplo, a fiscalização, anunciada sob a égide de uma Comissão Nacional de Combate à Desertificação, com representantes de 12 ministérios, 07 orgãos federais, 11 governos estaduais, 11 representantes da sociedade civil, 01 da Associação Nacional de órgão municipais do meio ambiente e mais 02 de entidades empresariais.
É realmente desestimulante para as nossas expectativas. Parece mais um genérico da ONU. Melhores resultados, certamente, seriam atingidos com o simples fortalecimento de um único órgão fiscalizador nas áreas mais afetadas, com mais agentes ambientais realmente na caatinga e menos funcionários na beira-mar e em Brasília.
Nesta última a desertificação se dá apenas nos finais de semana (volta dos políticos aos seus estados e origem), sendo, por muitos, até considerada benfazeja para os ares da nossa capital federal. Reservas ou quaisquer outras formas de áreas protegidas são simples complementos do processo e não funcionam, mormente as reservas brasileiras, a maioria de existência só no papel, o que nos induz a pensar que foram criadas apenas para dizer que as temos.
A busca de um novo padrão energético para o segmento industrial na região semiárida deve ser acompanhada de esforço similar na busca da valorização dos produtos naturais ou naturalizados da caatinga. Somente quando esses produtos tiverem um padrão de qualidade e um valor comercial efetivamente superior ao da lenha ou do carvão, a preservação do bioma poderá ser assegurada.
O repasse dos recursos do projetado Fundo Caatinga para as comunidades e produtores rurais de sequeiro, como planejado pelo MMA, deve ser feito com foco prioritário na fixação de um padrão diferenciado de qualidade nos produtos e serviços direta ou indiretamente associados à caatinga (frutas, madeira, carnes e queijos, peles e esterco, mel e outros produtos de abelhas sem ferrão, plantas ornamentais, artesanato, agro e ecoturismo) e na implementação de programas voltados para o seu reconhecimento regional e nacional, visando sua plena inserção no mercado.
Esta, sem dúvidas, constitui a grande, senão única, alternativa estratégica capaz de contribuir efetivamente e a curto prazo no esforço de preservação dos recursos da caatinga e de promoção do bem estar das populações que nela vivem e dela dependem. Isso, enquanto se espera a exploração do maior filão do bioma caatinga, ainda por ser melhor conhecido e explorado.
Ele é representado pela sua extraordinária biodiversidade, na qual se inserem espécies vegetais de uso medicinal, produtoras de óleos essenciais, agentes praguicidas e outras provedoras de matérias primas para indústria química, alimentar e farmacêutica.  Espécies animais também integram o acervo, especialmente insetos, inimigos naturais de pragas, provedoras de substancias de uso medicinal (soros, enzimas, hormônios), além de  bactérias, fungos e líquens com propriedades de antagonismo a agentes de pragas e doenças, bioinseticidas, biolixiviadoras, antibióticas, sem esquecer os gens indutores de tolerância a estresses hídrico, salino, a acidez do solo e a doenças. São 2.500 espécies de plantas e mais de 1.000 de animais, não incluídos nesse número os insetos que imploram para serem estudadas.

(*) Ex-pesquisador da Embrapa, consultor em agronegócio da caprino-ovinocultura.  
(Fonte: Blog Ciência e Meio Ambiente)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pernambuco ganha centro de referência em conservação da Caatinga

(Foto: José Leomar)

Considerado um dos biomas mais devastados pela ação do homem no Brasil, a Caatinga passa a contar com um grande aliado em sua conservação. A Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) da UFRPE será a sede de um novo Centro de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (CR-ad), voltado para a realização de pesquisas e atividades de extensão sobre a Caatinga.
Os recursos para a construção do CR-ad Bioma Caatinga (R$ 1 milhão) foram liberados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em meados de agosto, após aprovação de projeto elaborado por equipe de 11 pesquisadores, dos quais dez são da própria UAST.
O CR-ad Bioma Caatinga contará com um herbário, dois laboratórios, banco de germoplasma; viveiro com capacidade de produção de até 60 mil mudas (a ser construído na Estação de Pesquisa de Parnamirim da UFRPE); viveiro-escola; veículo com tração a ser usado em pesquisas; caminhão para o transporte de mudas e uma van para a condução de passageiros. A compra de equipamentos e materiais do centro já se encontra em fase de licitação.
De acordo com o professor Martinho Carvalho, coordenador do projeto, o centro de referência tem a finalidade de estimular a comunidade local a proteger e recuperar a vegetação nativa da região. Acredita-se que 45% da Caatinga tenham perdido sua cobertura vegetal. Além disso, 15% são áreas desertificadas. O principal motivo dessa devastação é o desmatamento para a produção de carvão. A intenção é de que o centro se torne difusor e catalisador de iniciativas voltadas para a recuperação do bioma da Caatinga nas esferas públicas e privadas.
O coordenador do projeto afirma que, até relativamente pouco tempo atrás, a Caatinga era considerada um bioma pobre em espécies. Contudo, pesquisas recentes mostraram enorme diversidade biológica, com número expressivo de espécies desconhecidas pela Ciência. “A construção de centros como esse é de grande importância. Precisamos conhecer mais sobre as espécies, sua reprodução, e encontrar alternativas para a conservação desse bioma”, ressalta Martinho Carvalho.
Segundo o pesquisador da UFRPE, os principais eixos de atuação do CR-ad Bioma Caatinga incluem ações de reflorestamento, com a utilização de espécies nativas; formação de multiplicadores na produção de mudas; além de pesquisa nas áreas de germinação, controle de pragas de mudas e restauração da vegetação nativa, principalmente nas áreas de abrangência das bacias dos rios Pajeú, Brígida e Moxotó.
A ação antrópica degradante e o uso inadequado de seus recursos naturais têm gerado diversos problemas para o bioma caatinga, foco do projeto. A extinção de muitas espécies nativas, a erosão do solo, o assoreamento de rios, a desertificação e o empobrecimento das comunidades do entorno são alguns deles. Além desse centro, existem outros seis em funcionamento ao longo da Bacia do Rio São Francisco.
“Nossa intenção é realizar intercâmbio de pesquisas e experiências com todos esses centros, de modo a amadurecer as discussões e o conhecimento que se tem atualmente sobre a Caatinga nordestina”, frisa Martinho Carvalho.
O Ministério do Meio Ambiente, por meio do Programa Nacional de Florestas (PNF) e da Diretoria de Conservação da Biodiversidade (DCBio), dará apoio e acompanhará o desenvolvimento do projeto.
(Fonte: UFRPE - Informações: (87) 3831.2938, ramal 215, ou: martinhocarvalho@yahoo.com.br)

domingo, 17 de outubro de 2010

Histórias de Vida e Cidadania no Semiárido



Vídeo e revista sobre políticas públicas no Semiárido serão lançados nesta segunda, a partir das 18h, no Cinema da Fundação (Derby). O especial Histórias de Vida e Cidadania no Semiárido, realizado pela ONG Diaconia, trata de ações voltadas ao acesso à água potável, à segurança alimentar, ao saneamento e à conservação do meio ambiente. As produções foram realizadas em parceria com a Tearfund e União Européia e contam com o apoio da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), na realização do lançamento.
Em foco, nove municípios que integram projeto focado na segurança alimentar, renda e inclusão social desenvolvido pela Diaconia. A ação beneficia 560 famílias, com o desenvolvimento de tecnologias adaptadas ao Semiárido com o objetivo de erradicar a pobreza. Foram construídas 300 cisternas para o armazenamento de água, consumo familiar e produção de alimentos, implantadas três unidades de beneficiamento de frutas, 30 viveiros e mais de 150 mil mudas para a plantação de árvores forrageiras, frutíferas e espécies nativas.
Dados publicados na revista apontam que o Estado do Rio Grande do Norte, localizado no Semiárido nordestino, é uma área marcada pelos altos índices de exclusão, onde a população rural sofre com a dificuldade de acesso à água e à segurança alimentar. Ainda segundo dados do Unicef, a falta de água tem forte repercussão na vida das crianças e adolescentes, sobretudo na saúde, devido às precárias condições sanitárias: 38,47% das casas onde residem crianças e adolescentes não têm rede geral, fossa séptica ou rudimentar.

sábado, 16 de outubro de 2010

Personagens da Caatinga: CARRANQUEIROS DO SÃO FRANCISCO.



As carrancas são manifestações genuínas da arte popular brasileira que desenvolveu-se na região do rio São Francisco, por artistas populares denominados carranqueiros.
Pensando em criar uma identidade própria para as embarcações que navegavam pelo rio São Francisco, artistas esculpiam enfeites de proa. Esses elementos de decoração sempre representavam uma escultura de cabeça e pescoço de alguma figura, que misturava traços humanos com traços animais e apresentava uma expressão de figura mitológica indeterminada e de grande impacto, dando origem à arte das carrancas.
Hoje, essa arte popularizou-se.
Podemos encontrar as carrancas não apenas nas proas das embarcações do São Francisco, como simples enfeite, mas tornou-se um disputado elemento de decoração e parte do acervo de museus nacionais e estrangeiros, sendo suas peças de grande valor de comercialização para turistas.
O artista que mais se destacou nessa arte foi Francisco Biquiba Dy Lafuente, o Francisco Guarany, pois foi o único artista carranqueiro que viveu exclusivamente da produção de carrancas.
(Fontes das imagens: http://www.fundaj.gov.br/)

(Neste vídeo, o Videomaker e Documentarista, André Fuly forma uma equipe e se embrenha no meio da caatinga no médio São Francisco entre as cidades de Juazeiro da Baiha e Petrolina em Pernambuco, para contar a arte e a história das "Carrancas" figuras de proa que povoam os barcos e as vidadas dos ribeirinhos e beradeiro do Velho Chico. - Fonte: Youtube).

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A realidade pouco conhecida da Caatinga

(Foto: CNRBCAA)

Sertão, terra rachada, sol a pino, povo sobrevivente. A imagem mais relacionada à Caatinga esconde uma realidade pouco conhecida. O único bioma exclusivamente brasileiro é também a região semiárida mais rica em biodiversidade do planeta. Os dados mais atuais indicam 932 espécies de plantas, 148 de mamíferos e 510 de aves, algumas exclusivas do bioma.
Ocupando 11% do território brasileiro, a Caatinga também apresenta grande potencial de uso sustentável de seus recursos naturais como madeiras, forrageiras, medicinais, fibras, resinas, borrachas, ceras, tonantes, oleaginosas, alimentícias, aromáticas, além de sítios arqueológicos e paisagens consideradas ideais para o ecoturismo.
Contudo, o semiárido brasileiro ainda é lembrado principalmente pela pobreza, com seus 1.482 municípios entre os mais pobres do país; pelo clima seco, com 95% da área do bioma em regiões suscetíveis à desertificação; pela ocupação humana desordenada, que começou nos tempos do Brasil colônia e que, hoje, abriga 27 milhões de pessoas, o semiárido mais habitado do mundo; e pela grande área – quase metade do bioma – alterada por desmatamentos e queimadas.
O ciclo do desmatamento na Caatinga começa nas pequenas propriedades – descapitalizadas e dependentes do carvão – e move as indústrias de gesso e cerâmica no Nordeste, bem como a de ferro gusa nas siderúrgicas do Centro-Sul. Os dados do desmatamento na Caatinga, segundo o inédito Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite, mostram que o bioma ainda possui 53% de vegetação remanescente (dados do período entre 2002 e 2008). Uma confirmação de que ainda é possível conservar e fazer o uso sustentável dos recursos naturais do semiárido brasileiro.
Uso sustentável da biodiversidade
Um dos instrumentos mais efetivos para a conservação da biodiversidade é a criação de unidades de conservação (UC), que na Caatinga não atingiu a meta de 10% do bioma estipulada pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e confirmada pela Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio). Na Caatinga, são 144 UC que representam 7% da área total do bioma, mas apenas 1% das unidades é de proteção integral, que são as mais restritivas à intervenção humana. Os dados são do Mapa de Unidades de Conservação e Terras Indígenas da Caatinga, produzido em parceria entre Ministério do Meio Ambiente e The Nature Conservancy e publicado em 2008.
Por outro lado, o uso sustentável dos recursos naturais – outro dos princípios da CDB junto à conservação e à repartição justa e equitativa dos benefícios – apresenta grandes perspectivas no semiárido brasileiro. A Caatinga dispõe de modelos já testados e com bons resultados para o manejo agrosilvopastoril, a integração do uso sustentável de produtos madeireiros e não-madeireiros e o manejo da vegetação para pecuária e agricultura. A valorização dos produtos da sociobiodiversidade e a criação de mecanismos de financiamento de atividades sustentáveis, aliados à tecnologia sustentável e aos conhecimentos tradicionais, são outras possibilidades para modificar o perfil de uso da Caatinga.
Com grande potencial de energia de biomassa, o manejo florestal sustentável, com a recomposição da cobertura florestal, é também uma alternativa do ponto de vista econômico e ecológico para melhorar a qualidade de vida da população do semiárido. Com uso sustentável, árvores podem ser usadas tanto para fins madeireiros quanto para uso diversos, como alimentação e remédio. Alguns instrumentos disponíveis são o Macrozoneamento Ecológico-Econômico (MacroZEE) do Nordeste, o Programa Caatinga Sustentável e o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Caatinga.
(Fonte: Texto de Ana Flora Caminha / Edição: Gerusa Barbosa / MMA)
EcoDebate, 11/10/2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A Pedra do Cachorro é vistoriada para se transformar em Posto Avançado na Caatinga


Professora Pompéa Coelho realiza vistoria na Pedra do Cachorro

O Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga - CERBCAA-PE, encaminhou no dia 26 de fevereiro de 2009, proposta de criação do primeiro Posto Avançado da reserva da Biosfera da Caatinga em Pernambuco à direção do Conselho Nacional da RBCAA. A entidade indicada foi a Reserva Particular do Patrimônio Natural Pedra do Cachorro (foto acima), no município de São Caetano, de propriedade do Senhor Raimundo Guaracy Cardoso. A RPPN Pedra do Cachorro recebeu este titulo em 2001 e desenvolve ações de preservação da natureza, educação ambiental e eco-turismo. A expectativa do Comitê é de que o CNRBCAA conceda o titulo de Posto Avançado, após a visita técnica da Professora Maria de Pompéia Coêlho a Pedra do Cachorro no último dia 07 de outubro (quinta-feira). Postos Avançados (PA) são centros, locais físicos ou instituições, contidos total ou parcialmente dentro do perímetro da RBCA, onde acontecem regularmente pelo menos duas das suas funções:· A proteção da biodiversidade,· O desenvolvimento sustentável, e· O conhecimento científico,servindo como instrumento para a implantação e difusão dos conceitos e princípios da RBCA. Os Postos Avançados da Reserva da Biosfera da Caatinga têm como característica:· Ser um centro ou Instituição, um local ou uma área, contida total ou parcialmente dentro do perímetro da RBCA.· Ser Instituição pública ou privada que desenvolva suas atividades há no mínimo dois anos.· Desenvolver regularmente, pelo menos duas das três funções básicas das Reservas da Biosfera: proteção da biodiversidade, desenvolvimento sustentável, e conhecimento científico.· Ser um instrumento de implantação da Reserva da Biosfera, no qual sejam experimentados e praticados os princípios das RB’s.· Possuir sede física onde serão disponibilizadas informações e documentação sobre a Reserva da Biosfera da Caatinga.

Leia mais em: Reserva Particular do Patrimônio Natural

sábado, 9 de outubro de 2010

Personagens da Caatinga: PADRE CÍCERO.



Padre Cícero (Eclesiástico e líder político brasileiro) - 24-3-1844, Crato (CE) - 20-7-1934, Juazeiro do Norte (CE). Cícero Romão Batista foi o mais polêmico dos padres do clero brasileiro. Banido oficialmente pela Igreja Romana, depois de adquirir fama de milagreiro, foi aceito e canonizado pela Igreja Popular e virou santo nos sertões nordestinos, tendo uma imensa legião de fiéis espalhados pelo Brasil. Ordenou-se sacerdote em 1870. Dois anos depois, radicava-se no pequeno povoado de Juazeiro do Norte, no Ceará, onde fundou uma igreja e passou a desenvolver intenso trabalho pastoral com pregação, conselhos e visitas domiciliares. Em 1889, durante uma comunhão, uma hóstia consagrada por ele sangrou na boca da beata Maria de Araújo. O fato, relacionado ao derramamento do sangue de Jesus Cristo, foi considerado pelo povo um milagre. As toalhas com as quais limpou a boca da beata ficaram manchadas de sangue e passaram a ser veneradas. Em pouco tempo, Juazeiro passou a ser alvo de peregrinação, aumentando dia a dia sua população. (Fonte: TV Diário e Diário do Nordeste).
Leia  abaixo os ensinamentos do Padre Cícero, que é o Padroeiro das Florestas:

Preceitos ecológicos do Padre Cícero:

"1 - Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau;
2 - Não toque fogo no roçado nem na Caatinga;
3 - Não cace mais e deixe os bichos viverem;
4 - Não crie o boi nem o bode soltos, faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer;
5 - Não plante em serra acima, nem faça roçado em ladeira muito em pé, deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza;
6 - Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar a água da chuva;
7 - Represe os riachos de 100 em 100 metros, ainda que seja com pedra solta;
8 - Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só;
9 - Aprenda a tirar proveito das plantas da Caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema, elas podem ajudar você a conviver com a seca;
10 - Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer;
11 - Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só".

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A Caatinga pede socorro.



Hoje reconhecidamente um dos biomas mais ricos do Brasil, a caatinga do semiárido nordestino é também o menos protegido: só 2% de sua área se encontram em unidades de preservação.
Das 5.344 espécies de plantas registradas na região, cerca de 320 são endêmicas - ou seja, restritas somente àquele bioma.
O lembrete foi feito na 62ª reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), realizada em julho último em Natal, no Rio Grande do Norte.
Os biólogos Maria Regina Vasconcellos, da Universidade Federal da Paraíba; Ana Maria Harley, da Universidade Federal do Espírito Santo; e Miguel Rodrigues, da Universidade de São Paulo, apresentaram dados de pesquisas para explicar a biodiversidade - especialmente botânica - das caatingas brasileiras e mostrar por que elas devem ser preservadas.
Pelo fato de a caatinga ter condições climáticas muito particulares - como chuvas irregulares -, as espécies botânicas adaptadas ao semiárido também são muito características. Suas árvores são em grande parte caducifólias, ou seja, suas folhas caem durante o período seco para evitar a perda de água.
A família mais presente na caatinga é a de plantas leguminosas. "São 320 espécies divididas em 86 gêneros", aponta Harley.
Considerada até o final dos anos 1980 um bioma de pouca biodiversidade, a caatinga tem hoje 45% de sua área alterados pelo homem, segundo Vasconcellos. "Esse reconhecimento tardio de sua riqueza natural, aliado a um índice ainda baixo de preservação, gera perda de diversidade biológica e também fenômenos como a desertificação", alerta a bióloga.

Desmatamento - Atividades que mais impactam o bioma da caatinga são o desmatamento (para lenha), queimadas e a criação de caprinos, que colaboram para o desaparecimento de espécies herbáceas, elemento de maior diversidade biológica da região. Grande parte dessas plantas aparece apenas durante os dois ou três meses de chuva, o que revela sua fragilidade naquele bioma.
Para conter essa rápida devastação, Vasconcellos sugere um trabalho nas escolas focado na valorização da caatinga. " Também temos tentado fazer valer a proteção ambiental nas RPPN (Reservas Particulares do Patrimônio Natural), uma vez que a maior parte da área da caatinga está localizada em fazendas e sítios", comenta.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Biólogo alemão faz atlas virtual sobre peixes no Estado de Pernambuco.



O trabalho desenvolvido pelo biólogo Heiko Brunken tem quase 500 espécies, com foto, nome científico, nomes populares e distribuição
No começo, eram cerca de 200 espécies. Agora, três anos depois de iniciar o levantamento dos trabalhos científicos sobre os peixes de Pernambuco, o biólogo alemão Heiko Brunken conta quase 500, entre os de água doce e salgada. O atlas virtual inclui foto, nome científico, nomes populares e a distribuição geográfica dos animais.
Brunken, da Universidade de Ciências Aplicadas de Bremen, conta que visitou o Estado pela primeira vez em 2002, pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD). “Fiquei maravilhado com a natureza e com as pessoas. Como minha área é ictiologia e tinha feito um atlas semelhante para a Áustria e Alemanha, decide repetir o projeto aqui”, conta.
Heiko conta com a colaboração de pesquisadores das Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Universidade de Pernambuco (UPE). Para ele, há mais informações disponíveis de espécies costeiras, enquanto falta dados dos peixes dos rios do Semi-Árido.
“O IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) aponta a região como a mais susceptível ao aquecimento global. Isso é preocupante porque pode-se perder animais que ainda nem se conhece.” Na avaliação do pesquisador, a escassez de água e o aumento da demanda pode interferir na conservação da chamada ictiofauna.
Outras ameaçadas apontadas pelo pesquisador são a agricultura, as obras de infra-estrutura e a transposição do Rio São Francisco. “O branqueamento dos recifes de coral, que abriga muitas espécies, também é outro problemas grave”, alerta.
Embora ainda não figurem na lista, o trabalho de Heiko inclui informações de espécies ameaçadas de extinção, como o mero e o cavalo-marinho. O mero, que depende do manguezal nos primeiros anos de vida, teve decretada a moratória da pesca pela portaria nº 42, datada de 19 de setembro de 2007.
A expectativa da equipe é concluir a primeira fase do atlas, cujo site é www.atlas-peixes-pe.com, até o próximo ano. “Mas o trabalho continuará, pois sempre surgem informações novas que precisam ser compiladas”, justifica.
O projeto não conta com financiamento de agências de fomento, mas recebe apoio da Sociedade de Ictiologia da Alemanha. A diversidade de peixes do País, informa Heiko, é menor que a do Brasil. “Alemanha e Áustria têm juntos 120 tipos de peixes de água doce.”
O pesquisador destaca como principal finalidade do atlas a compilação e socialização de dados. “Informações científicas, não só no Brasil, mas em todo o mundo, costumam ficar restritas ao circuito acadêmico”, justifica.
(Fonte: JC - Ciência e Meio Ambiente - Foto do Atlas de Peixes de Pernambuco)

domingo, 3 de outubro de 2010

Pesquisadores mobilizados para preservar os sítios arqueológicos de Carnaúba dos Dantas (RN).


A arte de preservar tesouro de 5 mil anos
Pesquisadores de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí se unem
 para preservar pinturas e gravuras rupestres no Sertão do Seridó (Foto Dean Carvalho)

Por Cleide Alves
cleide@jc.com.br

CARNAÚBA DOS DANTAS – Um tesouro com cerca de cinco mil anos de existência, localizado no Sertão do Seridó, mobiliza pesquisadores dos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí. O trabalho coletivo terá como resultado a preservação dos sítios arqueológicos de Carnaúba dos Dantas (RN), onde há registros de pinturas e gravuras rupestres. Ações de educação patrimonial começam a ser desenvolvidas a partir deste mês, mas já estão em andamento a limpeza dos desenhos e a colocação de passarelas para organizar as visitas nas áreas das pinturas.
Os 71 sítios identificados em Carnaúba dos Dantas representam a tradição nordeste, caracterizada por figuras que dão ideia de movimento – cenas de caça e dança, por exemplo. As pinturas, na cor vermelha, são atribuídas a grupos étnicos que habitaram a região. Proteger os painéis de arte rupestre não é uma tarefa simples. É preciso combater inimigos naturais, como vespas, abelhas, marimbondos e infiltrações d’água, e também atos de vandalismo que põem em risco a integridade dos sítios.
A instalação de passarelas de madeira, para o visitante contemplar os grafismos sem tocar nos painéis, foi a solução encontrada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para controlar o vandalismo. “Dar condições de visitação pública e ao mesmo tempo garantir a preservação faz parte da política nacional do Iphan”, explica o arqueólogo Onésimo Santos, da superintendência do Rio Grande do Norte.
Ele informa que o projeto não prevê apenas as passarelas. Escadarias para facilitar o acesso aos sítios (subidas que exigem esforço físico do visitante) estão sendo construídas com pedras encontradas na região. “Vamos sinalizar com placas indicativas e criar áreas de descanso”, diz o arqueólogo. As intervenções começaram pelos Sítios Xiquexique 1 e Xiquexique 2, que ficam próximos da área urbana. “São os mais visitados e, portanto, os mais vulneráveis”, justifica.
Outros dois sítios de Carnaúba dos Dantas, Xiquexique 4 e Pedra do Alexandre, receberão tratamento semelhante, todos com recursos do Ministério da Cultura. A inauguração está programada para novembro deste ano, no Seminário de Socialização do Patrimônio Arqueológico, que o Iphan realizará em Natal. Paralelamente à confecção das passarelas, o instituto conta com a colaboração de uma especialista do Piauí, para identificar os males que acometem os painéis e fazer a limpeza.

Arqueóloga e química, Conceição Lage trabalha desde o mês passado na remoção de sujeira natural dos Sítios Xiquexique 1 e Xiquexique 2. “Foram tiradas 26 casas de marimbondo ativas, duas colmeias de abelhas, dejetos de répteis, manchas de fuligem provocadas pela ação de retirada de insetos e depósitos salinos de Xiquexique 1, sem colocar a pintura em risco”, diz ela, em entrevista por telefone. Professora de arqueologia da Universidade Federal do Piauí, Conceição Lage acrescenta que os ninhos de vespas também deixam rastros nas pinturas.
“As vespas pegam argila da região e misturam com saliva para fazer as casas, com o tempo isso vira pedra e às vezes encobre a pintura. Tinha bastante por lá”, comenta. A pesquisadora sugere manutenção constante no local para evitar novas infestações. “Não existe um produto natural para espantar os insetos.” No Sítio Xiquexique 2, Conceição Lage se deparou com infiltração de água na rocha, provocada por raízes de plantas.
De acordo com a arqueóloga, as raízes ácidas abrem pequenos furos na pedra, por onde a água se infiltra, transportando sais, sujeira e areia até a área dos desenhos. “É complicado fazer a remoção porque há situações em que a pintura está coberta pelos sais e, em outras, elas estão sobre os sais”, declara. Nesse caso, ela indica intervenções na parte alta da rocha, para frear e inibir o aparecimento de buracos. Conceição Lage se dedica à conservação de arte rupestre desde 1991.
(Fonte JC - Ciência e Meio Ambiente)

sábado, 2 de outubro de 2010

Personagens da Caatinga - LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO.



Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião (Serra Talhada, 7 de julho de 1898 — Poço Redondo, 28 de julho de 1938), foi um cangaceiro brasileiro. O seu nascimento, porém, só foi registrado no dia 7 de agosto de 1900.
Uma das versões a respeito de sua alcunha é que ele modificou um fuzil, possibilitando-o a atirar mais rápido, sendo que sua luz lhe dava a aparência de um lampião.
No dia 27 de julho de 1938, o bando acampou na fazenda Angicos, situada no sertão de Sergipe, esconderijo tido por Lampião como o de maior segurança. Era noite, chovia muito e todos dormiam em suas barracas. A volante chegou tão de mansinho que nem os cães pressentiram. Por volta das 5:15 do dia 28, os cangaceiros levantaram para rezar o oficio e se preparavam para tomar café, foi quando um cangaceiro deu o alarme, já era tarde demais.
Não se sabe ao certo quem os traiu. Entretanto, naquele lugar mais seguro, segundo a opinião de Virgulino, o bando foi pego totalmente desprevenido. Quando os policiais do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva, abriram fogo com metralhadoras portáteis, os cangaceiros não puderam empreender qualquer tentativa viável de defesa.
O ataque durou uns vinte minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e à morte. Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu líder, conseguiram escapar. Bastante eufóricos com a vitória, os policiais apreenderam os bens e mutilaram os mortos. Apreenderam todo o dinheiro, o ouro e as joias.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Comitê Estadual celebram o Dia Nacional da Caatinga

Marcelo, Suassuna, Rita, Ednilza e Márcio (CERBCAA/PE) João Suassuna (Fundaj) Márcia Vanusa (UFPE) Francis Lacerda (IPA) e Jo...